segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Aqui se faz, aqui se paga.

Por Felipe Sandrin

Domingo de sol, o churrasco, a cerveja; mais de tardezinha, o futebol. Vejam que maravilha de esporte: imita a vida, altos e baixos e rivalidades superadas pela amizade. Meu Avô, colorado apaixonado, fuma seu tradicional cigarro, chega manso ao meu lado: “será que o Grêmio ajuda o Inter hoje, Lipe?”.

Já são 17 horas e a bola rola, não demora para que o Inter marque seu gol, o gol que transporta o Rio Grande do Sul inteiro para o jogo entre Grêmio e Flamengo. Mas o que é isso? Final do primeiro tempo, e o Grêmio segura o 0 a 0? Será? Será?

Chega o segundo tempo, e junto com ele a dúvida. Sobre cada esquina, cada casa onde sofás acomodam gremistas e colorados, uma incógnita sobre o que o destino prepara.

Já passam dos 35 minutos, bola alçada na área... sim! É gol do Grêmio, é gol do título, é o Inter sendo campeão brasileiro. Algo nunca visto antes está acontecendo. Gremistas e colorados lado a lado, rindo, brindando e comemorando, por um momento, um final de tarde, nosso Rio Grande deixa de ter cor, os foguetes que estouram selam a paz de um ato nobre, uma façanha nunca antes vista ou imaginada no futebol.

Eis que o relógio desperta, começa mais uma manhã de segunda-feira, triste, silenciosa... Eis que na padaria, o jornal me arranca um sorriso, matéria de capa: “INTER PERDE TÍTULO BRASILEIRO”.

O Sorriso se propaga: havia sido apenas um pesadelo, o Grêmio fez sua parte, e nossa rivalidade fez sermos Flamengo.

Aqui se faz, aqui se paga... Sempre haverá o troco.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O nome dele é Marcelo.

Por Silvio Pilau


Imaginem uma empresa. Uma companhia grande, bastante reconhecida em seu segmento. Chamem-na como quiserem. Agora imaginem um funcionário dessa empresa. Não um funcionário qualquer, mas um homem que lá trabalha há quinze anos. São quinze anos de pura dedicação. Um empregado exemplar, que sempre desempenhou suas tarefas com competência e alta dose de profissionalismo.

Certo dia, o chefe de seu setor é demitido. Este era um cargo de grande responsabilidade, verdadeiramente vital para o sucesso da empresa. Os diretores, devido a essa importância, precisavam preenchê-lo de alguma forma o mais rápido possível. Por saberem que o funcionário exemplar conhecia os pormenores da tarefa, colocaram-no na função. Mas deixaram claro: ele atuaria apenas como quebra-galho, até chegar o profissional que realmente assumiria a posição.

O interregno durou aproximadamente dois meses. Neste período, de trabalhador pouco reconhecido, o funcionário exemplar ganhou destaque. Superou as expectativas de todos, gerou bons resultados, mas, em seu íntimo, sabia que sua situação tinha um prazo final. E, como a diretoria havia dito a ele no início de tudo, seu tempo realmente acabou. O figurão contratado para o seu lugar chegou e, humildemente, nosso empregado voltou à sua função anterior.

Nos meses seguintes, ele seguiu trabalhando com o mesmo profissionalismo de sempre. Enquanto isso, o novo chefe, cheio de referências e recomendações, não conseguiu chegar nem perto do seu desempenho no cargo. Os resultados eram fracos e geravam desconfiança. Pouco a pouco, a situação foi se tornando insustentável e o figurão aproveitou uma proposta para cair fora. O funcionário exemplar viu, ali, mais uma chance de provar seu valor. E a diretoria ofereceu uma nova oportunidade.

Mais uma vez, ele soube aproveitar esta ínfima janela para mostrar o seu trabalho. Os resultados voltaram a aparecer e, somados à sua primeira chance no cargo, superavam em muito as estatísticas dos antecessores. Ainda assim, mesmo com os números ao seu favor, mesmo com boa parte dos investidores da empresa apoiando a sua permanência, a diretoria continuava insistindo em não propor a ele a permanência na função.

Muita gente não entendia. O funcionário exemplar tinha o já citado apoio da maioria dos investidores e acionistas da empresa, aqueles que realmente a faziam funcionar. Estes lembravam que nem sempre os figurões dão certo e citavam outros profissionais antes desconhecidos que geraram excelentes resultados para a empresa. Diziam ainda que o dinheiro investido na contratação de um chefe com grande currículo poderia ser economizado e revertido na busca de reforços para a equipe, algo necessário para os objetivos da companhia.

Enquanto isso, o funcionário exemplar continua tapando buraco no cargo. Como sempre, não reclama, não chia e consegue bons resultados. Ele teve a oportunidade. Mostrou sua capacidade. Falta apenas a diretoria da empresa mostrar cojones para bancá-lo.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Perder ou...perder?

Por Felipe Sandrin


Fica a discussão: entregar ou lutar contra o Flamengo? Muitos dizem por seu gremismo acima de tudo, que jamais conseguiram não torcer para que o Grêmio vença. Outros tantos dizem que ajudar o Inter a conquistar o título é a prova mais cabal de estupidez vista nos últimos anos.

Então, afinal, quanto de nosso amor pelo Grêmio também não está relacionado ao nosso principal rival? Os que não moram no Rio Grande do Sul pregam facilmente o vencer acima de tudo, mas e nós aqui do sul, que temos amigos, vizinhos e parentes colorados? Que agüentamos ligações, cornetas, foguetes e buzinas?

Já contra o Cruzeiro tive de torcer contra meu Grêmio... De que adiantaria ser competente naquele momento? Ser gremista sempre é fácil, mas ser gremista sempre resulta na balança que hora pende a nosso lado e hora para o lado vermelho: Anti-Grêmio? Jamais! Porém, diante dos grosseiros erros e grotescas campanhas apresentadas, o que me restou foi o medo de que o time que não vencia fora de casa resolvesse ajudar os colorados a tacarem corneta sobre nós gremistas.

Extrapolou o aceitável e agora Meira (ops, quis dizer beira) o ridículo. Primeiro não ganhamos nada durante o ano todo, agora querem fazer de cada jogo a vida? Querem mostrar que jogam com raça e não se importam com o rival? Só falta dizer que os jogadores estão ganhando o famoso “bicho” após cada dramático jogo os quais valem... valem... valem... Valem porcaria nenhuma.

Colorados, façam festa, comemorem a vaga na Libertadores, pois nós gremistas também comemoraríamos e muito. Quem sabe ano que vem o Inter não seja Bi da Libertadores: se forem, botem na conta de nossa direção, dona não somente uma medíocre campanha, mas também da classificação colorada.

O mundo dá voltas. Ano passado, colorados não mediram esforço para prejudicar o Grêmio, mas a doce ironia sempre será amarga para alguns, e esse ano o sonho do título ficará longe do Beira-Rio, já que se depender do Grêmio entregaremos o jogo... A não ser que o que parecia impossível se confirme e a casa caia revelando a verdade.

Não é de hoje suspeito, talvez seja verdade,No armário de dirigentes a prova da falsidade.Atrás de tanto azul, mora a camisa vermelha,Faz-se de conta gremista, mas colorado por natureza

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Foi-se um gremista.

Por Felipe Sandrin


Destaco trechos de um texto no qual desconheço autor:

O homem por detrás do balcão olhava a rua de forma distraída.

Uma garotinha se aproximou da loja e amassou o narizinho contra o vidro da vitrine. Os olhos da cor do céu, brilhavam quando viu um determinado objeto. Entrou na loja e pediu para ver o colar de turquesa azul.

- É para minha irmã. Pode fazer um pacote bem bonito? - diz ela. O dono da loja olhou desconfiado para a garotinha e lhe perguntou:

- Quanto de dinheiro você tem? Sem hesitar, ela tirou do bolso da saia um lenço todo amarradinho e foi desfazendo os nós.

Colocou-o sobre o balcão e feliz, disse:

- Isso dá?Eram apenas algumas moedas que ela exibia orgulhosa.

- Sabe, quero dar este presente para minha irmã mais velha. Ela cuida de mim e dos meu irmãos e não tem tempo para ela... É aniversário dela e tenho certeza que ficará feliz com o colar que é da cor de seus olhos.

O homem foi para o interior da loja, colocou o colar em um estojo, embrulhou-o com um vistoso papel vermelho e fez um laço caprichado com uma fita verde.

- Tome!!! - Disse para a garota.

- Leve-o com cuidado.

Ela saiu feliz saltitando pela rua abaixo. Ainda não acabara o dia quando uma linda jovem adentrou a loja. Colocou sobre o balcão o já conhecido embrulho desfeito e indagou:

- Este colar foi comprado aqui?

- Sim senhora.

- E quanto custou?

- Ah!! - Falou o dono da loja - o preço de qualquer produto da minha loja é sempre um assunto confidencial entre o vendedor e o cliente. A moça continuou:

- Mas minha irmã tinha somente algumas moedas!

O colar é verdadeiro, não é?

Ela não teria dinheiro para pagá-lo!

O homem tomou o estojo, refez o embrulho com extremo carinho, colocou a fita e o devolveu a jovem.

- Ela pagou o preço mais alto que qualquer pessoa pode pagar.

ELA DEU TUDO O QUE TINHA

Tcheco chegou ao Grêmio em uma época ainda conturbada, de indefinições quanto ao verdadeiro futuro do clube. Tímido, porém sempre sorridente, Tcheco mostrava-se a cada dia mais apaixonado pela capital gaúcha, suas belas mulheres e o povo cheio de particularidades que a ele eram confortantes o suficiente para saber que dali por diante o Grêmio seria sua casa.

Em um mural de imagens marcantes ficou faltando a dele, Tcheco, erguendo uma taça, uma foto que ganharia molduras dignas de estar ao lado das de grandes campeões. Ele e nós torcedores sabemos que diante das alegrias nossa maior mágoa é essa: não vermos um homem que tinha tudo para escrever sua história no clube, escrever um final feliz inesquecível.

Tcheco foi um filme de grande roteiro e recursos suficientes para tornar-se um épico, mas assim como grandes obras o futebol também é uma incógnita que razão alguma explica: ninguém sabe quando surgirá um herói, um vilão ou um simples coadjuvante.

Fecha-se um ciclo, parte um jogador sem meios termos, que ou ia mal, ou ia bem, ou decidia a favor ou contra, ou era amado ou era odiado: com Tcheco, nunca houve meios termos, e mesmo quem estivera longe de ser a solução, nunca foi nosso principal problema.

Discute-se muito sobre a saída de nosso capitão, se o Grêmio ganha ou perde sem ele, mas no fim, neste jogo de perdas e ganhos, quem realmente ganhou foi Tcheco, que por quatro anos vivenciou uma das mais puras paixões por um time de futebol.

O ciclo termina, e o sujeito dos discursos ponderados, palavras estudadas, das comemorações mais sinceras e emocionadas parte deixando a certeza de que o pouco que ele nos deu para ele foi muito, pois era tudo o que ele tinha.

Chegou como mais um, mas tenho certeza de que partirá gremista. Dentre seus orgulhos, fotos de uma época que não voltará, e mesmo que muitos de nós torcedores digamos “ainda bem”, ele, Tcheco, com os olhos cheios de lágrimas, murmurará com paixão e saudades a palavra infelizmente.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Vencido sem lutar.

Por Felipe Sandrin

E agora? Não sobraram nem as perspectivas de “trabalho a longo prazo”. Autuori partirá e sobrará apenas a certeza de que TODAS, ABSOLUTAMENTE TODAS as metas de nossa direção falharam.

Contratações ditas razoáveis se mostraram péssimas, contratações ditas para o grupo se mostraram irrelevantes e contratações ditas principais se mostraram insuficientes. Títulos? O que são títulos? Promessas? O que são promessas? Compromisso para com torcedor, futebol de certezas, bons investimentos e pessoas sérias nos cargos certos... Algo disso agradou? Algo funcionou?

Lá se vai Mauro Galvão levando algo mais importante do que deixou: nossas lembranças. Afinal, quem lembra de Rodrigo Caetano? Homem de trabalho sério, que mais uma vez mostrou sua total competência sendo um dos principais responsável pela volta do Vasco à elite do futebol brasileiro.

Este ano é mais do que um ano jogado fora. Anos jogados fora “não fedem nem cheiram”. Esse ano deve ser dado como o ano em que jogamos fora e não vencemos, o Náutico venceu, o Barueri venceu, até o time do Caixa Prego jogou fora e venceu, mas o Grêmio não. Esse ano pode ser dado como o ano em que resolvemos inovar na direção, demos chance ao experimente Mauro Galvão, responsável por montar grandes equipes pelo Brasil a fora. Este ano pode ser o do time que jogou sem técnico, o ano em que o tal Rospide se tornou o cara com a MELHOR campanha entre os técnicos que aqui passaram e, que doce ironia, o homem dos 15 mil mensais rendeu mais do que os de 250 mil.

Em 2010, podemos usar o seguinte slogan: “2009, o ano que não acabou”. Sim, porque, do jeito que tudo, caminha confiar em 2010 é pedir pra se decepcionar, é como acreditar que alguma das meninas da Tia Carmen seja fiel a você e não a seu dinheiro.

Autuori partirá deixando a certeza de que nossa direção nunca teve certeza sobre o que fazia. Todas aquelas entrevistas de planejamento, de longo prazo, tudo foi papo furado, uma espécie de sedativo que mantinha a torcida longe do Olímpico, sem manifestações e cobrança.

O que fazemos nós agora? Torcer pro Inter ficar fora do G4? Veja que constrangimento que me sobrou, meu coração balançado e eu já nem sei se quero ganhar do Cruzeiro. O Grêmio que sempre em meu coração foi o primeiro, hoje está ancorado no cais do caos, seus tripulantes abandonam o navio, seus comandantes divergem sobre para qual deles será o próximo bote salva-vidas, e nós, familiares desesperados à procura de informações, perdemos a esperança de que este barco navegue em águas calmas no ano que vai chegar.

E eu que pensava que este ano não poderia ser pior do que o ano passado, quando entregamos o título brasileiro. Agora vejo que triste não é lutar e ser vencido, mas sim ser vencido sem lutar.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Seis meses e 48 horas!

Por Cristiano Zanella

Paulo Autuori não é mais o técnico do Grêmio! Em coletiva que reuniu imprensa e dirigentes no final da terça-feira, o técnico anunciou que nas próximas 48 horas decidiria sua continuidade no tricolor... 48 horas – era o tempo necessário para definir o seu futuro!

Autuori era convicção da direção. Enquanto a maioria da torcida pedia Renato Portaluppi (e até mesmo Fábio Koff, nosso maior dirigente, afirmava com todas as letras que chegara a hora do nosso maior ídolo vivo treinar o time), a direção esperava pela confirmação da chegada do grande estrategista – finalmente, um técnico consagrado e com perfil vencedor treinaria o Grêmio!

Esperou-se quase dois meses pela chegada de Autuori, e ele veio mesmo! A torcida encheu-se de esperança, a imprensa esportiva rasgava elogios ao competente e polido “gentleman”, a direção apostava todas as fichas no novo treinador. Depois dos quase dois meses de espera, foram mais uns quatro esperando que o trabalho diferenciado e elegante do técnico finalmente “entrasse em campo”. Foram quase seis meses de expectativas e frustrações!

Pois bem: a temporada terminou, o Grêmio lutou contra tudo e contra todos e, aos trancos e barrancos, fracassou na Libertadores e no Brasileirão!

Em campo, especialmente neste segundo semestre, um time molenga e sem vontade, sem ambição, sem gana, sem liderança, sem esquema definido, sem jogadas ensaiadas e, principalmente, sem o gremismo correndo nas veias (coroando o pior aproveitamento e custo benefício entre os últimos treinadores do tricolor).

Autuori: o triste fim de uma longa espera!

No futebol moderno, é difícil um atleta ou treinador permanecer mais de uma temporada no clube, fazendo com que o torcedor se veja obrigado a aplaudir profissionais que ganham pra perder, que não tem prejuízo algum com a derrota, que não fazem questão de ao menos demonstrar algum comprometimento, envolvimento pessoal ou identificação com o clube – é tanto fez, tanto faz... Indignação? Inconformidade? Atitude? Que nada! Os burocratas e mercenários do futebol transformaram a nossa paixão em um mero negócio, num balcão onde se compra e vende em nome do “profissionalismo”, das “modernas relações de trabalho”, do lucro da empresa.

Esperar mais 48 horas seria verdadeiramente inaceitável, mas agora é oficial: Paulo Autuori não é mais o treinador do Grêmio! E, cá pra nós gremistas, já vai tarde (na Arábia, o salário é dobrado e a cobrança não deve chegar nem na metade)! O elenco tricolor é limitado, todos concordamos com isso, mas é bem superior a campanha no Brasileirão 2009!

E o Ruy Cabeção, hein? Ouvi no rádio que foi demitido (da noite pro dia) por ter chamado seu novo treinador de “Rolando Lero”. Coberto de razão (é um cara que tem a cabeça feita, pensante, avantajada), o lateral havia diagnosticado o verdadeiro perfil do filosofal Atuori (outros adjetivos menos elogiosos se aplicariam ao citado personagem, mas como sou um polido “gentleman”, não poderia publicá-los neste espaço)!

Caem por terra o planejamento, as convicções e expectativas! Foram apenas seis meses de Autuori no Grêmio, mas pareceu uma eternidade! O primeiro ano da gestão de Duda Kroeff pouco ou quase nada somou à nossa história, cobriu de frustração a massa gremista, decretando um final de ano antecipado à maior e mais fanática torcida do sul do Brasil! Que venha 2010, e junto com o novo ano, bons tempos! O primeiro passo já foi dado! Mudança de atitude já!!!

Eu sou gaúcho! Na boa, na ruim, mas na peleia com o Grêmio sempre!!!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Gauchão 2010 é prioridade.

Por Cristiano Zanella


Gre-nal se ganha “na vontade”, declarou o goleiro Danrley ao jornal Zero Hora, alguns dias antes do último clássico, há umas duas semanas. Muito oportuna a afirmação do ex-craque gremista, talvez já prevendo mais um derrota de seu time do coração, que ele conheceu forte e vitorioso e hoje não passa de mero coadjuvante no cenário nacional. Jogando “na vontade”, “na superação”, “na base do empenho”, “na garra”, “na peleia”, não há limites para o sonho... tudo é possível! Quem conhece a nossa história de grandes e inesquecíveis batalhas sabe do que estou falando!

Neste Brasileirão, mais uma vez o tricolor contraria a lógica, a razão! Ironicamente, está invicto há mais de um ano em casa, e tem o melhor ataque do campeonato; já na tabela de classificação, despenca posições a cada rodada, decretando um final de ano antecipado para sua incansável torcida. A fase é complexa, difícil de avaliar: treinador e direção contestados, time molenga e sem esquema de jogo, alguns jovens talentos sendo queimados, disputas políticas internas, muita especulação sobre o futuro do clube e seus empreendimentos. Projetar o próximo ano é a única saída para quem, infelizmente, já encontra todas as portas fechadas no campeonato nacional.

Ruim com Tcheco e Maxi Lopez, mas muito pior sem eles? Renovar contrato ou dispensar os bem amados da torcida? Manter Perea e Herrera seria insistir no erro? Procuram-se novos laterais? Comprar ações da revelação Mário Fernandes (antes que ele tome Doril e suma do mapa novamente)? Paulo Autuori é mesmo “o cara” ou não tem a nossa cara? São algumas questões que estão na pauta! Quem sabe, o mesmo elenco que foi incapaz de ganhar a Libertadores e o Brasileirão 2009, com alguns reforços, consiga fazer frente no Gauchão ou na Copa do Brasil (onde a exigência é menor) – sem jamais cair novamente no erro de priorizar uma determinada competição!

O ano de 2009 acabou..., e não vai deixar saudade! A torcida – como sempre – fez a sua parte, acreditando até o fim! Nem ao menos o direito de secar o co-irmão nos foi dado nesta reta final de campeonato, e a única motivação que restou é permanecer invicto no Olímpico até o final da temporada! É muito pouco pelo montante investido, mas, pensando bem..., no campeonato dos medíocres, aposto uma cerveja no Bar da Saldanha que ainda chegamos na frente “deles”!

Em 2010 é cair na real: o Gauchão e a Copa do Brasil são prioridades máximas, tem que entrar com tudo e começar de baixo – caso contrário, será ainda mais árduo o caminho até que o Grêmio encontre novamente seus momentos de glória, de raça, de superação, de identificação com a massa da arquibancada, de eternidade! A humildade é o símbolo da nobreza, e azul é o sangue nobre do Rio Grande do Sul! Mudança de atitude já, obsessão pela vitória sempre, custe o que custar! Acorda, tricolor – levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima!

Com o Grêmio sempre e cada vez mais!!!