segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Vencido sem lutar.

Por Felipe Sandrin

E agora? Não sobraram nem as perspectivas de “trabalho a longo prazo”. Autuori partirá e sobrará apenas a certeza de que TODAS, ABSOLUTAMENTE TODAS as metas de nossa direção falharam.

Contratações ditas razoáveis se mostraram péssimas, contratações ditas para o grupo se mostraram irrelevantes e contratações ditas principais se mostraram insuficientes. Títulos? O que são títulos? Promessas? O que são promessas? Compromisso para com torcedor, futebol de certezas, bons investimentos e pessoas sérias nos cargos certos... Algo disso agradou? Algo funcionou?

Lá se vai Mauro Galvão levando algo mais importante do que deixou: nossas lembranças. Afinal, quem lembra de Rodrigo Caetano? Homem de trabalho sério, que mais uma vez mostrou sua total competência sendo um dos principais responsável pela volta do Vasco à elite do futebol brasileiro.

Este ano é mais do que um ano jogado fora. Anos jogados fora “não fedem nem cheiram”. Esse ano deve ser dado como o ano em que jogamos fora e não vencemos, o Náutico venceu, o Barueri venceu, até o time do Caixa Prego jogou fora e venceu, mas o Grêmio não. Esse ano pode ser dado como o ano em que resolvemos inovar na direção, demos chance ao experimente Mauro Galvão, responsável por montar grandes equipes pelo Brasil a fora. Este ano pode ser o do time que jogou sem técnico, o ano em que o tal Rospide se tornou o cara com a MELHOR campanha entre os técnicos que aqui passaram e, que doce ironia, o homem dos 15 mil mensais rendeu mais do que os de 250 mil.

Em 2010, podemos usar o seguinte slogan: “2009, o ano que não acabou”. Sim, porque, do jeito que tudo, caminha confiar em 2010 é pedir pra se decepcionar, é como acreditar que alguma das meninas da Tia Carmen seja fiel a você e não a seu dinheiro.

Autuori partirá deixando a certeza de que nossa direção nunca teve certeza sobre o que fazia. Todas aquelas entrevistas de planejamento, de longo prazo, tudo foi papo furado, uma espécie de sedativo que mantinha a torcida longe do Olímpico, sem manifestações e cobrança.

O que fazemos nós agora? Torcer pro Inter ficar fora do G4? Veja que constrangimento que me sobrou, meu coração balançado e eu já nem sei se quero ganhar do Cruzeiro. O Grêmio que sempre em meu coração foi o primeiro, hoje está ancorado no cais do caos, seus tripulantes abandonam o navio, seus comandantes divergem sobre para qual deles será o próximo bote salva-vidas, e nós, familiares desesperados à procura de informações, perdemos a esperança de que este barco navegue em águas calmas no ano que vai chegar.

E eu que pensava que este ano não poderia ser pior do que o ano passado, quando entregamos o título brasileiro. Agora vejo que triste não é lutar e ser vencido, mas sim ser vencido sem lutar.

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