quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Seis meses e 48 horas!

Por Cristiano Zanella

Paulo Autuori não é mais o técnico do Grêmio! Em coletiva que reuniu imprensa e dirigentes no final da terça-feira, o técnico anunciou que nas próximas 48 horas decidiria sua continuidade no tricolor... 48 horas – era o tempo necessário para definir o seu futuro!

Autuori era convicção da direção. Enquanto a maioria da torcida pedia Renato Portaluppi (e até mesmo Fábio Koff, nosso maior dirigente, afirmava com todas as letras que chegara a hora do nosso maior ídolo vivo treinar o time), a direção esperava pela confirmação da chegada do grande estrategista – finalmente, um técnico consagrado e com perfil vencedor treinaria o Grêmio!

Esperou-se quase dois meses pela chegada de Autuori, e ele veio mesmo! A torcida encheu-se de esperança, a imprensa esportiva rasgava elogios ao competente e polido “gentleman”, a direção apostava todas as fichas no novo treinador. Depois dos quase dois meses de espera, foram mais uns quatro esperando que o trabalho diferenciado e elegante do técnico finalmente “entrasse em campo”. Foram quase seis meses de expectativas e frustrações!

Pois bem: a temporada terminou, o Grêmio lutou contra tudo e contra todos e, aos trancos e barrancos, fracassou na Libertadores e no Brasileirão!

Em campo, especialmente neste segundo semestre, um time molenga e sem vontade, sem ambição, sem gana, sem liderança, sem esquema definido, sem jogadas ensaiadas e, principalmente, sem o gremismo correndo nas veias (coroando o pior aproveitamento e custo benefício entre os últimos treinadores do tricolor).

Autuori: o triste fim de uma longa espera!

No futebol moderno, é difícil um atleta ou treinador permanecer mais de uma temporada no clube, fazendo com que o torcedor se veja obrigado a aplaudir profissionais que ganham pra perder, que não tem prejuízo algum com a derrota, que não fazem questão de ao menos demonstrar algum comprometimento, envolvimento pessoal ou identificação com o clube – é tanto fez, tanto faz... Indignação? Inconformidade? Atitude? Que nada! Os burocratas e mercenários do futebol transformaram a nossa paixão em um mero negócio, num balcão onde se compra e vende em nome do “profissionalismo”, das “modernas relações de trabalho”, do lucro da empresa.

Esperar mais 48 horas seria verdadeiramente inaceitável, mas agora é oficial: Paulo Autuori não é mais o treinador do Grêmio! E, cá pra nós gremistas, já vai tarde (na Arábia, o salário é dobrado e a cobrança não deve chegar nem na metade)! O elenco tricolor é limitado, todos concordamos com isso, mas é bem superior a campanha no Brasileirão 2009!

E o Ruy Cabeção, hein? Ouvi no rádio que foi demitido (da noite pro dia) por ter chamado seu novo treinador de “Rolando Lero”. Coberto de razão (é um cara que tem a cabeça feita, pensante, avantajada), o lateral havia diagnosticado o verdadeiro perfil do filosofal Atuori (outros adjetivos menos elogiosos se aplicariam ao citado personagem, mas como sou um polido “gentleman”, não poderia publicá-los neste espaço)!

Caem por terra o planejamento, as convicções e expectativas! Foram apenas seis meses de Autuori no Grêmio, mas pareceu uma eternidade! O primeiro ano da gestão de Duda Kroeff pouco ou quase nada somou à nossa história, cobriu de frustração a massa gremista, decretando um final de ano antecipado à maior e mais fanática torcida do sul do Brasil! Que venha 2010, e junto com o novo ano, bons tempos! O primeiro passo já foi dado! Mudança de atitude já!!!

Eu sou gaúcho! Na boa, na ruim, mas na peleia com o Grêmio sempre!!!

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