quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Lembrem-se dos Aflitos.

Por Silvio Pilau


A partida de domingo não será a primeira do Grêmio nos Aflitos após aquele dia inesquecível. O Tricolor já jogou outras vezes lá e, inclusive, voltou com vitória. Porém, este é o jogo mais importante do Grêmio no local desde que a canela de Galatto e a malícia de Anderson dobraram os deuses do futebol. Domingo, o Grêmio enfrenta mais um desafio nos Aflitos – um desafio que pode definir o ano gremista.

Acredito que não seja preciso escrever sobre o episódio único que ficou conhecido como “A Batalha dos Aflitos”. Longos e belos versos já foram erigidos em homenagem àquela data e àqueles heróis. Até hoje, os acontecimentos inexplicáveis e inacreditáveis daquele sábado servem de inspiração para mentes criativas e corações combalidos. Naqueles 71 segundos, o Grêmio mostrou que um clube de futebol pode ser mais do isso e escapou das páginas da história do futebol para adentrar com louvor nos documentos da eternidade.

Hoje, o Grêmio passa por mais um período de turbulência – apenas mais um nos últimos anos. Pela primeira vez, o trabalho do técnico Paulo Autuori começa a ser contestado com firmeza e a torcida percebe que sonhar mais alto é praticamente impossível neste ano. O empate com o Vitória em casa criou dúvidas sobre a até então irrepreensível campanha em casa, o que, somado ao pífio desempenho longe do Olímpico, enegreceu as esperanças da torcida.

Se o Grêmio pretende algo ainda este ano, seja uma vaga à Libertadores ou o distante título, tais pretensões passam pela partida de domingo. O destino do Grêmio, mais uma vez, passa pelo Náutico nos Aflitos. É o resultado desse jogo que mostrará se o Tricolor ainda tem forças para escalar a tabela ou se está esgotado e não mais se mexerá. A equipe tem consciência disso e vai em busca de uma compensação para o tropeço contra o Vitória. Mas somente isso não tem adiantado.

O que pode fazer a diferença é o próprio estádio. Os Aflitos. Naquela grama, a mesma grama onde o Grêmio assombrou o planeta, mora a história tricolor. Por isso, ela pode ser o peso ao nosso favor. A equipe do Náutico sabe a façanha que o Grêmio conseguiu lá. Os jogadores gremistas do grupo atual também. Para nós, é uma vantagem. Para eles, um peso que paira sobre suas cabeças. Depois daquele dia, o estádio não mais é a casa do Náutico, mas um memorial do Grêmio.

Claro que é um jogo em circunstâncias totalmente diferentes, mas é impossível não lembrar. Será impossível não se arrepiar ao ver o azul, o preto e o branco entrando no gramado para mais uma batalha nos Aflitos. Essa será a nossa motivação, nosso incentivo para a primeira vitória fora de casa. Que aquela conquista inesquecível sirva de inspiração aos atletas. Que o espírito guerreiro daquela data tome conta do sangue de nossos jogadores.

Que essa partida seja a grande virada. Como o foi naquele 26 de novembro.

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