terça-feira, 15 de setembro de 2009

Filhos de um mesmo sonho.

Por Felipe Sandrin


E ficamos a imaginar o futuro, guiados por sonhos, imaginação, mas principalmente pelo passado. Não importa a qual época pertencemos: vestir a camisa do Grêmio é ir muito além do presente, é uma dádiva de gerações que faz de milhões uma única família.

Poderíamos estar na Azenha, contornando nosso Monumental Olímpico às vésperas de mais um jogo. Poderíamos estar em Santa Catarina, junto ao sol que dá vida às grandes paisagens, tornando o azul do céu e dos mares ainda mais azul. Poderíamos estar em Buenos Aires, ou finalmente realizando o sonho de conhecer a Europa. Poderíamos estar onde estivéssemos, vivenciando novas realidades, recordando junto a saudades a falta que família e amigos nos fazem. Poderíamos estar onde, como e com quem estivéssemos, mas ainda assim seríamos Grêmio.

Assim, eu completo 106 anos; assim, meus filhos vão completar 156 anos, e meus netos, 206 anos. Porque o Grêmio é a força invisível que me liga ao passado, trazendo-me no presente a certeza de um futuro esplendoroso.

No dia 15 de setembro de 1903, nosso Grêmio nascia composto por 32 rapazes que buscavam, junto a bola, uma forma única de amizade. Mais do que um esporte, o futebol levava-os a uma idéia sólida de união. Hoje, exatos 106 anos depois, nossos laços se estenderam vencendo o tempo e a distância: somos mais de 8 milhões, filhos de um mesmo sonho, irmãos de uma mesma busca, herdeiros da mesma história que um dia nossos filhos serão.

Crises surgiram, provaremos do veneno que dissolve finais de semanas, das derrotas que arrasam o ego, mas isso não nos deterá. Um dia nos perguntaremos: de onde vem tanto amor por esse clube? Porque eu nunca desisto de acreditar? Não havendo resposta lógica, deixaremos de pensar nisso. E assim, de forma silenciosa, nosso espírito imortal nos falará:

Eu não sou de hoje,
Não pertenço ao tempo.
Das canções que me fazem lágrimas e alegrias
Sou loucura que invade, alucina e irradia.

Eu não sou de hoje,
Não pertenço ao tempo.
Uns me chamam de Grêmio, imortal tricolor
Enquanto outros se calam, sou o êxtase e a dor.

Eu não sou de hoje, porque o hoje é vago.
Eu sou para sempre porque esse é raro.
E não importa como me chamem,
Mas sim como me sentem.

Foi assim que me fiz,
Eterno...
Digno de um passado,
Que nunca me deixará ter fim.

Um comentário:

Unknown disse...

È ISSO AI CARA, PARABÉNS PELO TEXTO A FINAL GREMIO É SENTIMENTO Q NAO SE TERMINA.....POR ISSO SOMOS IMORTAIS!!!!
SAUDAÇÕES DA GERAL DO GEMIO DE MARAVILHA A TDOS!!!!!!!!