segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Perguntas sem respostas.

Por Silvio Pilau


Lá fora está frio, mas suportável. O que incomoda é a chuva, que há três dias cai incessantemente, frustrando quaisquer planos que se tenha para um descanso agradável de final de semana. Ele próprio está acabando. Sento diante da tela com a página branca do Word. Olho para ela. Penso sobre aquilo que devo fazer agora: escrever sobre o Grêmio, de preferência sobre a última atuação contra o Barueri. Este é o problema. O que dizer sobre um fato repetido sem ser repetitivo?

Tarefa difícil. Muito já foi dito sobre a sina do Grêmio neste Campeonato Brasileiro. Por alguma razão, o Tricolor não consegue vencer longe do Olímpico. Após cada insucesso, surgem milhares de teorias. São as expulsões, o time é limitado, Tcheco não é mais o mesmo, falta atitude, Autuori não tem o perfil para treinar um time como o Grêmio, a equipe só funciona ao lado da torcida e por aí vai. Todo mundo tenta, mas ninguém consegue explicar. E ninguém vai conseguir.

Essa resposta que todos buscam é uma resposta inexistente. O Grêmio não tem um time ruim. A equipe é, sim, boa. Com carências, claro, mas boa. Qualificada o suficiente para, ao menos, vencer duas ou três partidas foras de casa em um turno. Então, por que não funciona? Por que temos a melhor campanha dentro dos próprios domínios e esse retrospecto pavoroso longe deles? E o pior de tudo: como sugerir uma resposta que já não tenha sido dada? Como não ser repetitivo?

Nesse momento gremista, tudo não passa de perguntas. Questões, apenas isso. Indagações que permanecerão sem resposta até que essa vitória finalmente venha. A cada nova rodada, isso fica mais difícil; a pressão sobre jogadores e comissão técnica aumenta e é visível o desconforto em relação a isso. Mas não há uma explicação. Podem dizer que Thiego não pode ser lateral, que Jonas perde gols, que Léo não é mais confiável, que Tcheco some com freqüência. Não estarão dizendo nada de novo. Mas não está aí a resposta.

Não sei qual ela é, mas o negócio é jogar. Na verdade, talvez seja essa a solução: esquecer de todos os fiascos fora de casa e apenas jogar. Entrar em campo tentando deixar a campanha negativa e toda a bagagem que vem com ela de fora. Jogar despreocupado. Claro que é difícil, mas sei lá, talvez seja isso. O negócio é que o campeonato está passando e estamos estagnados. Sei que essa vitória virá. Tenham certeza, ela ocorrerá. Mas que seja cedo, pois as perguntas estão incomodando cada vez mais.

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