segunda-feira, 27 de julho de 2009

Derrotas importantes.

Por Eder Fischer


Menos de 72 horas separaram o êxtase após o gre-nal histórico da partida contra o Avaí na quarta-feira. No domingo, não se ouviu protestos contra a direção, não se pediu a saída de Tcheco e nenhuma contratação. O time estava fechado e pronto para disputar o tri do Brasileirão. Assim somos nós torcedores e seres humanos, tudo está bem enquanto tudo vai bem. Ganhei uma promoção no trabalho? Logo esqueço o esforço que foi preciso fazer para chegar até lá e me acomodo acreditando que tenho um diferencial congênito, ou que Deus simplesmente resolveu parar de quebrar a cabeça tentando resolver o problema da fome na África e conflitos étnicos e dar uma ajuda para aquele cara que sempre se esforçou, mas nunca teve oportunidade. Mas esta reação é compreensível quando vinda de nós torcedores, porém questiono quando a opinião parte de profissionais remunerados para analisar partidas e transmiti-las a nós.

Não quero com isto dizer que o Grêmio não está mal só porque perdeu para o Avaí, mas sim que o Grêmio não está tão bem só porque ganhou o clássico. Já havia dito isto antes da partida na Ressacada. No Gre-Nal, fomos melhores, ok. Mas senti falta do carrinho, dos desentendimentos em campo, dos peitaços, daquele fôlego a mais para buscar uma bola perdida. Peculiaridades que marcam o jeito Grêmio de jogar, e que deveriam ser potencializadas em um Grenal. Já venho há algum tempo querendo tocar neste assunto, desde que o novo técnico assumiu, para ser mais exato. Autuori, um profissional polido, inteligente, o tipo que a imprensa gosta, desembarcou em Porto Alegre dizendo que não ia impor o seu jeito de jogar e sim adequar suas idéias ao padrão histórico do Grêmio. Um grande profissional,sem dúvida, mas não sou o primeiro a achar que ele não tem o perfil de um treinador tricolor. Sinto falta da “raça” gremista, do sangue castelhano, do abafa com um a menos aos 48 do segundo tempo para buscar o resultado e da retranca para segurar o resultado com três a menos, do sangue nas camisas, dos gritos à beira do gramado e da falta de ar ao final das partidas para dar entrevista, virtudes estas que não são possíveis apenas traçando táticas em um quadro negro.

Que a derrota de quarta-feira abra os olhos de nossos dirigentes e comissão técnica, para que façam este ajuste final que falta para almejarmos as primeiras colocações.
A boa notícia é que Autuori já foi visto além dos limites de sua área técnica dando alguns berros, cena rara em outros clubes pelo qual passou, sinal de que está cumprindo o que falou em sua primeira coletiva e se adequando ao futebol tricolor. Espero que isto seja rápido, pois os cães ladram e a caravana não para.

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