segunda-feira, 13 de julho de 2009

Brilham muito no Grêmio!

Por Ricardo Lacerda


Foram precisos apenas 37 minutos para enfiar três gols no campeão da Copa do Brasil. Minutos depois, 35 mil vozes gritavam “olé”. Um chocolate, ainda no primeiro tempo! A postura tática irretocável foi uma clara evidência de que a mão de Autuori começa a surtir efeito. Que cena digna de Oscar aquele chapeu de Souza em Ronaldo. Coitado, o Gordo estava enlutado pela viuvez repentina.

Dias atrás, teve gente que sonhou fazer 3 neste mesmo Corinthians. Sonhou. Assim como acreditamos que passaríamos pelo Cruzeiro. Até jogamos para isso, mas “a novela dos gols perdidos” ainda tinha ali seu último capítulo. Enfim, deu vontade de tomar uma garrafa inteira de Dreher ao assistir Cruzeiro e Estudiantes. Que dureza! “Ah, se fosse o Tricolor nesta final”, vários de nós pensaram quarta-feira passada. Será que a sina de errar gols incríveis perduraria, caso fôssemos à final? Acho que sim.

O importante, agora, é que temos um fato novo. E era disso que mais precisávamos. Estávamos sedentos por gols, muitos gols, e eles vieram logo na partida seguinte à queda na Libertadores. Foram 4 contra o Atlético-PR. Tudo bem, é uma equipe fraca... lá da rabeira da tabela... “Tinha mais era que ganhar!”, ouvi de meia dúzia de colorados, quando quis comentar a performance de nosso ataque portenho. Pois bem, “boca fala, #@$% paga!”, diz, sabiamente, minha querida mãe. Fiquei curioso pra saber o que aqueles mesmos colorados vão dizer hoje.

Enfiamos 3 no Corinthians. É o Corinthians do Mano, do Ronaldo... um time bem armado, e que - junto com Inter e Cruzeiro - é apontado por muitos como o melhor do país. Oooolha só (lembrei do Paulo Britto agora)! Essa equipe foi vergada facilmente no Monumental. Não levou 5 ou 6 por dois motivos. Primeiro, pelas grandes defesas de Felipe. A segunda, e principal razão pela goleada não ter sido mais elástica, está no preciosismo. Souza quis entrar com bola e tudo depois de receber belo passe de um redimido (?) Alex Mineiro. Em outro lance, Alex Mineiro recebeu um mu-mu, foi entrando área adentro e, enquanto todo mundo pensava “chuta, anta, chuta!”, chega o defensor coloca a bola pela linha de fundo.

Citei aí apenas duas claras oportunidades onde pecamos por preciosismo. Aquilo que antes era azar e ruindade, pode se tornar frescura. Quando o cara é ruim, tem que treinar. Quando o cara é azarado, tem que matar uma galinha preta. E quando o cara é preciosista? Aí tem que levar uma carraspana do comandante. Mais vale 10 gols feios do que 2 bonitos.

Essa vitória serviu pra dar moral, pra encher os olhos. Há tempos não se via uma partida assim do Grêmio, com um adversário de alto nível sendo completamente dominado. É confortante ver que o 4-4-2 começa a funcionar, que Túlio fez boa partida, que Adílson está ficando mais maduro, que Fábio Santos pode corresponder melhor. É bom ver que Tcheco - a quem sou um crítico ferrenho - ainda tem lapsos do jogador de boa qualidade de outrora. Se o capitão mantiver o nível apresentado domingo, o que julgo improvável, seria uma baita contratação!

Quem diria que as Genis regeriam a orquestra de Autuori num domingo frio e ensolarado!? Quem diria que Jonas - a quem eu disse semanas atrás que não tem vaga nem no meu time da várzea - jogaria a bola que jogou? Ou, então, Alex Mineiro, a quem eu havia dado como morto depois do primeiro jogo no Mineirão!? Inesperadamente, estes dois cidadãos resolvem deixar meu fim de domingo e a semana que começa muito mais leve e alegre. Bem-vindos ao Grêmio! Só no Grêmio este tipo de coisa acontece.

Não dizem que quando dão o Tricolor como morto, aí mesmo é que ele vai lá e...pimba!? Pois é, parece que alguns jogadores estão se apossando da mística. Alex Mineiro e Jonas, a julgar isoladamente pelo que mostraram contra o Curíntia, brilham muito no Grêmio!

Sei que tem Coritiba no meio da semana. Mas não tem como não entrar de cabeça na semana Gre-Nal. Estou confiante que, desta vez, a vitória não escapará.

Ao Monumental, e a pé, me voy.

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