segunda-feira, 15 de junho de 2009

NOTÁVEL EVOLUÇÃO.

Por Ricardo Lacerda

Quatro-4-2, sim, mas com três zagueiros de origem, vale lembrar. Thiego foi bem: defendeu com eficiência, dando mais liberdade a Fábio Santos, que melhorou consideravelmente depois da chegada de Autuori. Os dez dias de treinos com o esquema alterado fizeram bem à equipe. Aliás, mudança esta alardeada - e esperada - há bastante tempo. Com quatro homens na meia cancha, o time ficou mais consistente, envolvendo o Fluminense, que tem bons jogadores, como Conca e Fred, em pleno Mário Filho. Vamos a uma breve análise do nosso meio campo:

Túlio - novo titular - é um burocrata: nada de mais, nada de menos. Faz muito bem a função que lhe é atribuída - e zé fini;

Adílson é uma explosão de hormônios: raçudo, ora com excelentes passadas, ora fazendo umas cagadas impressionantes. Tem lapsos de craque. Lapsos, eu disse. Precisa evoluir, aprender a fazer as coisas de maneira mais simples;

Souza já se assumiu atucanado com a novela Grêmio-PSG. A propósito: a direção precisa resolver esta pendenga o quanto antes. Já tá ficando chato;

Tcheco é um capítulo à parte. No 4-4-2, voltou a fazer a função que gosta. Agora, quando não jogar bem, ninguém poderá dizer que é porque está sendo "sacrificado" na volância. Pra mim, ele tem virtudes, mas também defeitos. É inteligente, tem ótimo passe e manda bem nas bolas paradas. Por outro lado, é lento, some em muitos jogos e quase sempre leva cartão. O fato de se dizer gremista e outros quetais é jogo pra torcida. Já disse: ele é inteligente. Jogador inteligente sabe jogar pra torcida, se fazer bem quisto. Não digo que ele é mentiroso. Realmente existe uma identificação de Tcheco com o Tricolor. Eu também me identificaria com um patrão que há anos me paga um salário de dezenas de milhares de reais e me entragaria de corpo e alma no exercício da profissão. Ainda assim, não vejo no elenco alguém que possa colocá-lo no banco. Se viesse o Renato, aquele da "novela" das Arábias, aí sim. Por enquanto, acho que não deveria mais ser o capitão. Sugiro Réver, mas é só sugestão.

Já que falamos do meio-campo, vamos adelante... Apesar de estar retomando o ritmo, Alex Mineiro é infinitamente melhor que Jonas. Sabe se posicionar e é inteligente. Não é normal errar gols como os que perdeu contra o Fluminense. Agora vamos à surpresa do ano: Maxi López. Temos que assumir que a maior incógnita do ano está se revelando um ídolo. O maior salário do Tricolor procura, incansável, justificar o estrondoso ordenado que embolsa no fim de cada mês. Corre pra lá, corre pra cá, marca, dá carrinho, empurra, faz faltas (e, assim, frea muito bem o avanço dos adversários)... E o melhor é que não é apenas isso! O marido da estonteante Wanda Nara sabe jogar bola. Faz muito bem o papel de pivô, ganha as bolas altas e engana a todos quando pensamos que vai fazer alguma cagada com a pelota nos pés. É objetivo e dificilmente erra um passe. Fiquei chocado ao ver, algumas vezes, Maxi López fazer perfeitas inversões de jogo. Parabéns a quem identificou nele um jogador que poderia render no Olímpico. Errado compará-lo a Jardel, como já andaram fazendo. Maxi é Maxi, ponto. Em comum, a camisa 16. O argentino ainda precisa provar muita coisa, e isso será feito somente com canecos. O importante, hoje, é frisar que o cara está correspondendo.

Agora, os destaques negativos: Douglas mostrou que ainda é guri. Joga bola, eu sei, mas é guri. Acho que o fala-fala de Manchester isso, Manchester aquilo, deixou o piá nervoso. Autuori precisa dar um jeito nesse pessoal que sai do banco com a intenção de ajudar e acaba atrapalhando. Foi assim com Jonas, com Joílson e, agora, com oprojeto de craque. Herrera só não vai expulso porque tem entrado com pouco tempo. Ainda assim, geralmente "fatura" um amarelinho. O compatriota de Maxi até tem mostrado evolução, mas é raça além da conta. Todo esse pessoal do banco anda precisando tomar mais Maracujina.

Agora é Libertadores. Que venha o Caracas. Vamos de 4-4-2 pra dentro deles. Esse time aí complicou aquele Santos que tinha Zé Roberto comendo a bola em 2007, em plena Vila Belmiro. Não é jogo jogado, mas penso que temos obrigação de passar bem, sem maiores dificuldades. Vamos todos ao Olímpico. A pé, me voy.

Oxalá tudo dê certo esta semana. Mando um saludo especial a um amigo da várzea: ele é centroavante, ficou famoso depois dum episódio com um pessoal da Farrapos... o bom é que, apesar de pançudinho, quando o time precisa ele guarda. Um abraço, Ronaldo!

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