terça-feira, 9 de junho de 2009

CONFIANÇA.

Por Silvio Pilau


Lembro claramente da campanha gremista na Libertadores de 2007. Naquele ano, o que mais se destacava era a confiança de que o Grêmio sairia campeão. Praticamente todas as vitórias eram na base da superação, tendo que virar um placar desfavorável. A torcida apoiava como poucas vezes antes, em qualquer clube do mundo. Os jogadores pareciam compreender que faziam parte de um momento histórico e se doavam dentro de campo. Todos, da torcida à imprensa, sabiam que o Grêmio não tinha o melhor time, mas ninguém se arriscava a dizer que o Tricolor não sairia campeão.

Não vejo isso agora em 2009. Mesmo com uma campanha muito mais sólida e um caminho mais fácil pela frente, são poucos os que realmente creem que o Grêmio possa alcançar o lugar mais alto na competicção. Até para a torcida gremista, que certamente irá acreditar e torcer até o fim, o título parece uma possibilidade distante. A mobilização em busca do tri não se compara àquela de dois anos atrás e o Grêmio corre em busca da copa como um grande azarão.

O motivo para essa diferença de espírito é difícil de ser apontado. Pode ser porque aquela Libertadores foi logo após o título colorado. Pode ser porque hoje a Geral se dividiu e o Olímpico não canta mais em uma só voz. Pode ser que a sombra daquela derrota para o Boca ainda paire sobre todos os corações gremistas. Sinceramente, não sei qual a principal diferença. Mas qualquer um que frequente o estádio, qualquer um que viva o dia-a-dia gremista, sabe que ela existe.

O que resta aos jogadores e comissão técnica é saber tirar vantagem disso. Se a confiança não é tanta, isso deve ser usado como motivação. Se o Grêmio não está entre os favoritos, essa é mais uma razão para jogar com ainda mais raça e vontade. Em toda a sua história, o Grêmio sempre partiu do grupo dos desacreditados para alcançar a glória. A posição de favorito não condiz com nosso espírito. O Grêmio nasceu para calar bocas com faixas, não para confirmar ser o melhor.

E essa é a esperança para a Libertadores de 2009. Há dois anos, a confiança era maior, mas o título não veio. Agora, a crença no troféu é muito menor. Mais um sinal de que o final dessa história será diferente.

Nenhum comentário: