sexta-feira, 29 de maio de 2009

FÉ CEGA E FACA AMOLADA.

Por Felipe Sandrin

Nas trincheiras da Venezuela, lutar não seria suficiente: era necessária a inteligência, a astúcia que desfruta apenas o guerreiro que sabe usar da mais invisível oportunidade. Nosso futebol pode não ter sido brilhante, mas enfim tivemos um jogo com os requintes cruéis de uma Libertadores.

Impressionou-me a disposição do time, que por 90 minutos correu: enquanto os venezuelanos caminhavam em campo e viam seus bons jogadores rogando para serem substituídos, nosso esquadrão azul seguia inabalado. E foi desta calma solidez que Tcheco respirou ,enxergou e calculou com precisão científica seu companheiro e único jogador livre na área adversária.

Por alguns dias, teremos de esquecer a Libertadores. Fica um lamento no ar. Por mim jogávamos todas partidas esse mês mesmo. A Libertadores tem um espírito diferente: antes, durante e depois do jogo nos embriagamos de euforia, mas não apenas pela vitória, mas também pela dedicação, pela entrega de cada um que está no campo.

Atrevo-me a dizer que a competição para nós gremistas só começou agora, e o Olímpico Monumental irá mostrar que estou certo. Finalmente borbulhará nosso caldeirão, ecoará nosso grito, nossa sincronia em busca de um título mais do que inesquecível.

Não há mais o que melhorar, o fundamental agora é entregar-se cada vez mais, de corpo e espírito. Vestir a camisa, beijar o escudo, orar de cabeça baixa ou com as mãos para o céu, implorar para que se haja alguma força mística e que esta nos empurre para a vitória.

É assim, com fé e também desconfiança, que as partidas vão sendo jogadas, os vencedores se definindo e o Grêmio seguindo vivo.

Falta pouco para o muito, para uma Porto Alegre iluminada e uma noite sem fim: ainda é cedo? Talvez, mas já estivemos mais longe deste incansável desejo.

Mais alguns quilômetros de estrada e breve estaremos a centímetros da taça.

Como diria o amigo Beto: fé cega e faca amolada.

Esse é o Grêmio, e vamos vencer.

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