segunda-feira, 1 de junho de 2009

SOBRE BRASILEIRO E LIBERTADORES.

Por Ricardo Lacerda


O gol do Vitória aos 47 do segundo tempo poderia ter acontecido antes. A trave – e Victor, sempre ele – já haviam livrado o Grêmio de levar o primeiro tento muito antes. Para um time que almeja ser tricampeão da Libertadores, ser dominado 90 minutos por um modesto Vitória é brabo de engolir. Tudo bem que no Brasileirão não tem jogo jogado, afinal os times estão em sua maioria nivelados, mas não oferecer perigo ao adversário não dá pra aturar.

O Grêmio ainda não se achou no certame nacional. E já se vão quatro rodadas, e temos quatro míseros pontos. Tivéssemos feito três pontinhos a mais no ano passado, teríamos sido campeões. Nessas quatro rodadas que se foram, deixamos de ganhar outros 12 pontos – dificílimos de recuperar na finaleira.

Ainda bem que na Libertadores só nos resta mata-mata. Nesse tipo de disputa, vai adiante quem “se matar” mais em 180 minutos. Aquele trololó de que “temos grupo, temos equilíbrio” geralmente não vale muita coisa nessas horas. Por isso, devemos manter mais viva do que nunca a crença de que o caneco da Copa pode ser nosso. Nãovejo adversário impossível de ser batido. Assisti semana passada a Palmeiras 1 x 1 Nacional. Uma chatice. Dois times ruins. Diego Souza parece uma ilha cercada de incompetência. Acho que do lado de lá o Estudiantes deve chegar à final. É um time argentino típico, com cara de copeiro. Do lado de cá, apesar de melhor time, acredito que o Cruzeiro cairá para o São Paulo – mais fraco este ano do que nos anteriores.

Analisar que os possíveis adversários na Copa não são lá essas coisas traz alívio. O problema é que estes mesmos possíveis adversários devem olhar o Grêmio e pensar a mesma coisa: esse time que empatou com o Santos, que perdeu pra Atlético Mineiro eVitória não mete medo!

Podemos, sim, ganhar a Libertadores. Em casa, nos mata-matas, tradicionalmente somos quase imbatíveis. Quando o time é meia boca, a torcida acaba fazendo a diferença, como fez em 2007, até que perdemos para um time infinitamente melhor. Hoje, o Grêmio está meia boca de novo. As vitórias e o incrível retrospecto na Copa estão enganando, maquiando uma realidade que agora no Brasileirão começa a aparecer.

Autuori precisa exigir reforços. Mesmo que não venham para a Libertadores, para o nacional eles se fazem fundamentais. Se continuar como está, temos chances de faturar o maior caneco da América. Mas isso acontecerá à base de superação, estádio lotado, alma castelhana, alento, imortalidade, espírito copeiro e peleador... e aquele monte de coisas legais e genuinamente gremistas. A questão é que pro Brasileiro isso não funciona. Para conquistar um campeonato longo assim, mais do que qualquer coisa, é fundamental ter um grupo qualificado.

Se novos nomes não desembarcarem logo no Salgado Filho, resta a esperança de que Autuori consiga azeitar o time. Para isso, vai ter que fazer com que jogadores que já provaram serem bons voltem à plena forma. Souza pode ser menos fominha e mais ligado no jogo; Alex Mineiro poderia ser aquele do Palmeiras, tal como o Herrera do Corinthians. Dá pra se pensar que Douglas Costa deve jogar mais e que Jonas só serve como banco... Enfim, só aí já vai dar um trabalhão pro “professor”.

Feito o desabafo, me voy.

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