terça-feira, 7 de abril de 2009

PALHAÇOS

Por Felipe Sandrin

Não dá pra saber o que se passa na cabeça desta direção. Na verdade, já estou com muita saudade de Paulo Odone. Este Grêmio, hoje despedaçado em meio à competição mais importante das Américas, é o cúmulo da má administração e tem como principais culpados nós, torcedores. Talento não vem de berço: botamos Duda lá por respeito a seu pai, como se houvesse a certeza de que em seu sangue corria o genoma vencedor. E o resultado está ai, uma direção que não ouve seu torcedor, que manteve o total incompetente Celso Roth no comando; não queriam a troca de técnico para não prejudicar o trabalho, e hoje dilaceram o vestiário tricolor às vesperas de um jogo de suma importância.

Sempre há tempo para que provemos nosso valor, sempre há tempo para o arrependimento, mas nem toda bravura leva à conquista. O que conseguirá o Grêmio? Até onde irá? Me foi prometido esta Libertadores, eu lembro e vou cobrar, não quero um segundo lugar, nem grandes jogos perdidos no detalhe. Eu quero um time campeão. E agora, mais do que nunca, nos é devido isso.

A torcida implorava a saída de Celso. Eliminações precoces no Gauchão, Copa do Brasil e Sul-americana do ano passado, perda de título brasileiro vexatória, nenhuma vitória em Gre-Nal, eliminados no Gauchão 2009: NENHUM TÍTULO. Afinal, o que fez Celso ter tanto crédito com a direção e tão pouco com nossa torcida?

"A direção tem suas convicções. A torcida tem que ter calma. Tenho certeza que isto é o melhor pro Grêmio. Nossas prioridades estão bem definidas. Vamos ganhar este segundo turno. Vamos ganhar este Gre-Nal". Passei o ano todo ouvindo nossa direção dizer isso, e agora? Quem vai dar a cara a tapa? Vão dizer que AGORA – E SÓ AGORA – o trabalho de Celso não foi bom?

Sim, já vi muitas conquistas se basearem na convicção, mas existem dois tipos desta. Acreditar no talento que já foi provado é uma coisa, mas contrariar o óbvio é burrice.

Vai-se embora Celso, com maletas de dinheiro. E aqui fico eu e você, torcedores que pintam a cara de vermelho: não em homenagem ao centenário colorado, mas sim em apelo ao que hoje nos sentimos: simplesmente, palhaços.

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