segunda-feira, 27 de abril de 2009

NO TOPO DA AMÉRICA.

Por Silvio Pilau


Líderes da América. É isso o que somos nesse momento. Primeiros. Hoje, agora, somos a melhor equipe da mais importante competição do continente. Sim, o grupo era um dos mais fracos do torneio. Sim, nosso time ainda precisa de muita evolução. E sim, a Libertadores pouco teve de Libertadores até aqui. Mas o fato é inegável. Incontestável. Por enquanto, a melhor campanha de toda a Libertadores da América é a do Grêmio e ponto final.

Isso não é algo importante somente para massagear o ego. Pelo contrário, se fôssemos pensar somente por esse lado seria até perigoso. O sucesso tende a enganar. Uma boa campanha pode iludir, fazendo a maioria pensar que tudo está certo. Não está. O Grêmio está evoluindo, está no caminho certo, mas ainda falta muito para chegar ao lugar ideal. Como poderíamos acreditar que tudo está perfeito quando não temos nem um treinador?

O que realmente importa nessa liderança da América não é o que foi feito até aqui, mas o que irá acontecer daqui para frente. E, para quem não sabe, é isso: terminando a primeira fase como a melhor campanha, decidiremos todas as próximas fases em casa. Ou seja, nas oitavas-de-final, primeiro jogo é no estádio do adversário e o segundo, decisivo, no Olímpico. Se passarmos, o mesmo ocorrerá nas quartas, na semi e na final.

Por que isso é tão importante? Por um simples, mas vital motivo: no momento derradeiro, na partida da tensão, teremos o apoio único dessa torcida que tanto temos orgulho de formar. Jogar a segunda partida em casa é jogar em nosso território já sabendo o resultado necessário. É fazer o adversário tremer ao descobrir que ainda precisa enfrentar o Grêmio em um local onde o Grêmio é praticamente imbatível. É enfrentar a fúria e a paixão de não apenas onze, mas de cinqüenta mil incansáveis tricolores.

A torcida gremista é – fato reconhecido até mesmo no sudeste do país – a mais apaixonada de todo o Brasil. Nenhuma – repito, nenhuma – outra torcida é capaz de apoiar da mesma forma que apoiamos. E isso faz toda a diferença. Inesquecível a campanha gremista na Libertadores de 2007, onde a torcida jamais desacreditou a equipe, mesmo nos momentos mais difíceis. Aquela magnífica jornada somente foi possível graças aos rugidos que emanavam do concreto do Olímpico.

E será assim agora. A torcida e as três cores formam um só, uma indissociável união de amor e força, abrandada apenas e unicamente com a glória. Por isso é tão importante terminar como líder na primeira fase. O Olímpico, quando precisa, transforma-se e é capaz de mudar o resultado de uma partida. Encerrar esse estágio inicial em primeiro lugar é dar um passo importante para a conquista de nossa terceira copa. E nós todos, como sempre, estaremos lá para testemunhar.

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