quarta-feira, 29 de abril de 2009

A LIBERTADORES COMEÇA AGORA...

Por Cristiano Zanella

Para os gremistas que estão longe de Porto Alegre e visitam a cidade, assistir um jogo no Olímpico já pode ser considerado um programa turístico: em poucos anos o nosso lendário estádio provavelmente não mais existirá – será destruído em nome de uma pós-modernidade asséptica e despersonalizada, e uma nova, reluzente e longínqua arena surgirá. Ficarão vivos os nossos sonhos, as conquistas que marcaram nossa infância e juventude, os inesquecíveis momentos vividos no solo sagrado do Estádio Olímpico Monumental.

Um destes gremistões desgarrados do pampa é o meu amigo Nilzo Pereira Maia, o Tuko Maia, esgrimista gaúcho que reside há uns cinco ou seis anos na Austrália. Companheiro de inúmeras jornadas vitoriosas que iniciaram ainda nos anos 80, mesmo do outro lado do mundo acompanha o Grêmio via rádio e tv, e sua filha Brenda (tem nome de americana, mas é produto 100% nacional) já entoa os primeiros versos do hino composto pelo imortal Lupi. Afastado do Olímpico desde o início do século, o Tuko continua prezando pela tradição de – como diz o hino – ir a pé a campo, de concentrar-se nas cercanias do estádio (acompanhado de um saco de cervejas mornas e de um improvisado churrasco) e de assistir aos jogos atrás do gol, como em 95. Ontem, foi testemunha ocular de mais um grande jogo no Olímpico: show da torcida, sempre um espetáculo a parte, além de uma bela apresentação de Souza, que é "marrento" mas é craque, e quando está fim joga muito.

Sobre o jogo? Bem, o de sempre, e já era de se esperar: três a zero ao natural, sem grandes façanhas (em pouco mais de 15 minutos estava liquidada a fatura). Dois de Souza, o terceiro do zagueiro goleador Léo, e nenhum dos atacantes (que seguem devendo). O Boyacá não esboçou reação, além de desperdiçar uma penalidade defendida pelo excelente Victor, atualmente um dos melhores goleiros do Brasil. Assim, fechamos a primeira fase com o melhor ataque e melhor defesa, além da liderança isolada por pontos. Os possíveis adversários (Defensor/Uruguai ou San Martin/Peru) não assustam, e os jogos de volta serão sempre em casa. Então, porque duvidar que a Libertadores será nossa?

Penso no passado, nos momentos de dor e alegria, nas grandiosas, inexplicáveis e inesquecíveis conquistas ao longo dos meus quase 40 anos em azul, preto e branco, na expectativa de que o velho Grêmio sairá campeão, e o mundo haverá de testemunhar mais esta façanha! A maior torcida do Rio Grande não perde por esperar! Esta primeira fase não foi mais do que uma mera formalidade! Acabou o recreio, a Libertadores – pra valer – começa agora...

É Grêmio sempre, por isso é que eu canto, não posso parar!!!

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