sexta-feira, 17 de abril de 2009

FALTAM NOVE JOGOS.

Por Silvio Pilau


Na Copa de 1994, Zagallo, então auxiliar técnico de Parreira, fazia uma espécie de contagem regressiva para o título ao término de cada partida da seleção. Bastava o Brasil ganhar uma, lá vinha o velho lobo: “Faltam apenas três”. Claro que o número trocava de acordo com a quantidade de partidas restantes. Apesar de eu não gostar nem um pouco de Zagallo, reconheço que o pensamento dele era o correto. Ele não via a Copa do Mundo como o maior torneio de futebol do mundo; pelo contrário, via apenas sete jogos, um de cada vez.

Acho que é exatamente essa a postura que o Grêmio deve ter na Libertadores. Se formos pensar na magnitude da competição, as pernas podem começar a tremer. Ser o dono da América é uma honra para poucos – mesmo que já tenhamos sido duas vezes. É muito mais fácil se preocupar apenas em superar o próximo adversário dentro de campo do que em ser campeão. Jogo a jogo. Etapa por etapa. Esse pode ser o segredo para se chegar ao titulo.

E o Grêmio está fazendo isso. O primeiro passo já foi dado. A primeira etapa já foi superada. Estamos, com uma rodada de antecedência, classificados como líderes do nosso grupo. O objetivo foi alcançado. Porém, ainda não é hora de pensar na segunda fase. Temos um jogo no Olímpico. E é uma partida decisiva, mesmo para nós. Decisiva porque pode influenciar muito na competição. Se o Grêmio ganhar, pode ter uma das melhores campanhas da competição e, consequentemente, a vantagem de decidir os próximos duelos em casa.

Portanto, o pensamento agora é o Boyacá. Nada mais. Nada de pensar em título. Pelo menos, ainda não. Falta muito para isso. Vamos indo, passo a passo. Ninguém, exceto a torcida, jogadores e comissão técnica, acredita que o Grêmio possa ser campeão. Ótimo. Perfeito. Sempre é assim. E é exatamente assim que a gente gosta. O Grêmio sempre entra desacreditado. Mas não para por causa disso. Continua, com raça, com força, com a torcida e até com um pouco de futebol. Mesmo que seja aos trancos e barrancos, sempre incomodamos. Sempre brigamos até o final. Até o título.

Então, vou entrar na onda de Zagallo: faltam nove jogos para o título. Nove partidas de noventa minutos para a América. Está longe? Está. Vamos conseguir? Torço para que sim. Os colorados podem secar, o resto do Brasil pode não acreditar, mas o Grêmio continua vivo na Libertadores. A cada nova partida, mais próximo da glória. E, já que estou entrando na onda do Zagallo, não custa acreditar em mais uma das superstições do velho lobo: a de que o número 13 dá sorte.

Quantas letras vocês acham que tem a expressão “Grêmio Campeão”?

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