domingo, 15 de março de 2009

50 LIBERTADORES

Por Eder Fischer

Termina a partida em Tunja, um alívio para nós que rezávamos para que uma das máximas do futebol que diz “quem não faz, leva” não se manifestasse naquela noite, mas, um alívio muito maior para Celso, que ficou feliz por ter garantido seus quase 500 salários mínimos por mais um mês; para Duda, que não precisou demitir o Celso e expor um erro que começou com a renovação do contrato do mesm;, para os jogadores, que não precisarão mostrar trabalho para um novo técnico. Este alívio logo se transformou em expectativa e apreensão para todos. Será que manteremos este padrão de jogo contra adversários mais qualificados? Será que Roth não irá inventar outro esquema quando tudo estiver bem?

Pois é, pessoal, agora é tarde. Roth é o técnico ao menos até o Grêmio sair campeão da L.A. ou até o Grêmio sair da L.A.. Não gosto do Roth, até tentei, juro, mas a sua arrogância, prepotência. falta de identificação e estrela me fizeram ver que ele não é o técnico ideal para o Grêmio. Nunca vai ser, nem que ganhe a Libertadores. Sei que nunca é uma palavra quase impronunciável, ao menos que um dia este espírito imortal ultrapasse aquela carranca, e ele, num momento de integração cósmica, entenda o que representa estar à frente de um dos times mais místicos do mundo. Pretensão minha? Talvez. Mas para um clube que faz um gol com sete em campo, e que não faz com mais de 15 chances claras, um time que vai das profundezas das trevas ao ápice orgástico em segundos, nada é impossível.

Mas entre tanta mística existe a matemática. A lógica. Roth quer ganhar; nós, também. E na guerra, o inimigo do meu inimigo é meu amigo. Temos que ficar juntos, pois não é um Gauchão que está em jogo, é uma Libertadores na sua histórica quinquagésima edição. Todos sabemos que é o nosso principal objetivo, sempre. E acho que temos chance, sim, de conquistá-la. Não só pela mística da camisa de três cores, mas também pela lógica. E a lógica me pede para comprar com um passado recente, neste caso, o Grêmio de 2007.

Grêmio de 2009 > Grêmio de 2007.

Temos atacantes melhores, uma zaga que, melhor treinada, se iguala ou supera a de 2007, um meio campo pouco mais qualificado e bons alas dos dois lados.

Adversários 2009 < 2007.

Em 2007, havia a ótima equipe do São Paulo, o bom Santos do Zé Roberto e o Boca de Riquelme, que dispensa comentários. Sem contar a surpreendente equipe do Cúcuta, do panamenho Blas Pérez, que só saiu na semifinal contra o campeão daquele ano no saldo qualificado. Em 2009, o Brasil está muito bem representado pelos times com mais tradição no torneio juntos à boa equipe do Sport. Todas boas equipes. Porém, no meu ponto de vista, inferiores as de 2007.

Técnico 2009 = ou > 2007.

Talvez, a grande maioria discorde, porque o Mano é, sem dúvida, mais carismático, mas se analisarmos friamente, veremos que quem vencia os jogos éramos nós. O Mano era muito pequeno fora do Olímpico, tivemos apenas uma vitória fora de casa em toda a Libertadores, seu esquema era o 3-6-1, com Tuta, sozinho e mascando chiclete na frente. Era sempre assim, perdíamos, e em casa nós dávamos um jeito de levar o time à vitória. Sempre acreditávamos.

Torcida 2009 = 2007?

Isto, só cada um de nós poderá responder. Temos que olhar para dentro de nós mesmos e tentarmos encontrar aquela confiança que tínhamos há dois anos. Tínhamos a certeza de que qualquer resultado poderia ser revertido.

Então, gremistas, proponho uma trégua ao Roth – ao menos antes e durante as partidas. Mas não o deixem perceber que estamos satisfeitos, Roth é o típico caso que precisa de pressão para trabalhar. Se traçarmos seu perfil psicológico nestes 10 meses de Grêmio, percebemos isto claramente em três episódios: o primeiro, depois do amistoso contra o Avaí, que resultou na vitória contra o São Paulo, na estréia do Brasileirão 2008; depois, contra o algoz Figueirense no Olímpico, que nos deu a inesperada vitória fora contra o Palmeiras; por último, o pós Gre-Nal, que terminou com um bom jogo em Tunja. Nos três casos, Roth precisou da vitória para dar uma resposta às vaias que recebia. Juntemo-nos a Celso para atingirmos o nosso objetivo. Apoiaremos o time. Se ele botar mais um zagueiro, cantaremos tão alto que o Réver encarnará Baltazar e trocará de área. Celso saberá que a razão de ele estar ali é o nosso grito, pois, com ele, podemos tanto derrubar adversários quanto derrubar técnicos.

Depois do título ou da perda do mesmo, podemos ir até o Olímpico, pegar o sujeito gentilmente e convidá-lo a embarcar no primeiro navio para a Antártida ou no primeiro T5 no sentido Monumental - aterro. O que ele achar melhor. Mas antes disto seremos Grêmio, acima de tudo, acima de Roth, acima da direção. Mostraremos que os tor-ce-do-res – como ele se dirige a nós de forma pejorativa – não são somente responsáveis pelo seu gordo cheque no final do mês, mas também a razão pela qual ele deve lutar, se doar, e de se explicar em caso de falhas.

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