sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

NA HORA CERTA

Por Felipe Sandrin

Lembro até hoje de algo que muito me irritava quando eu era garoto: eu me esforçava pra conseguir algo, me dedicava arduamente até ter certeza de que poderia realizar aquilo, então, após ter certeza de que já estava bom no que fazia, chamava minha mãe para presenciar a façanha – e ai, meu amigo, a coisa não fluía, o que tanto treinei não acontecia. E minha mãe ia embora dizendo: "vai melhorando, me chama quando tiver bom".

Este foi o Grêmio do primeiro jogo da Libertadores. Muito treino, dedicação, muita certeza de que era possível vencer e convencer. Porém, nós torcedores estávamos lá: não que sejamos culpados pelo gol que não saiu, mas o simples fato do grupo ter nos chamado ao estádio para provar que tinha condições de fazer um jogo memorável trouxe aos jogadores a obrigação de mostrar tudo o que tanto foi praticado.

Na balança do futebol, ficou junto ao Grêmio a questão: alegro-me pelo desempenho quase perfeito da equipe ou desanimo diante do gol que não saiu? O gol é a máxima do futebol, é ele que trás os títulos, os feitos inesquecíveis. Mas, para o gol acontecer, é necessário a jogada. E é para isso que os atletas treinam: desenvolver para fazer, criar para haver a chance de marcar. O Grêmio criou, o Grêmio voou em campo, teve totais condições de ganhar a partida e, o mais importante, é que não chegou perto de perdê-la.

Quando o adversário é muito superior, defender-se é a melhor das alternativas. Foi isso que vimos na quarta-feira. Mas em jogo de gato e rato, no máximo, o rato foge até que um dia o gato come. E é ali que mora a questão: o Grêmio é, realmente, o gato da história? Porque se for, dia 11, no próximo jogo da Libertadores, o Grêmio vai mostrar a que veio: estará longe de casa e não precisará provar nada a ninguém, senão a ele mesmo.

Sinceramente? Se tivéssemos vencido a partida contra "La U" com um mísero chute a gol e tomando sufoco, ai, sim, eu estaria preocupado. Eu acredito no Olímpico e em todas as glórias que aquelas traves presenciaram.

E sei que, na hora certa, ele há de nos ajudar.

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