quarta-feira, 19 de novembro de 2008

SORTE DE CAMPEÃO

Por Cristiano Zanella


Termina o jogo contra o Coritiba! Mais uma vez, o Olímpico Monumental faz a diferença: Grêmio dois a um. Há uma força estranha no ar... São Paulo e Flamengo também venceram seus jogos, mas Palmeiras e Cruzeiro ficaram pelo caminho. Agora é pisotear baianos e mineiros! Fortes emoções no encerramento da temporada 2008; em 2009, libertaremos a América!
Em entrevista concedida a um telejornal local, o ex-coxa branca (atual coxa tricolor) Tcheco avalia que seu gol foi um golpe de sorte. Segundo ele, havia a clara possibilidade da bola ir pra fora, e ela sutilmente, caprichosamente, matematicamente, desviou no zagueiro e entrou. Foi sorte! Sorte? Sim, reafirmou Tcheco: "sorte de campeão".

Assim posto pelo capitão (e referência técnica) do time, mais sorte ainda teve o garoto Heverton, em seu segundo jogo como titular, quando cruzou a bola para o zagueirão meter contra. Sorte? É..., ele teve sorte! Já que os atacantes dificilmente botam pra dentro, continuamos a contar com a sorte dos jogadores de zaga e meio campo. Mas, em suma: nos dois gols que decretaram a suada vitória sobre o Coxa, contamos com a sorte. Assim como no gol de Tcheco contra o (azar dele!) Palmeiras – foi pura sorte!

Sorte? Até que ponto o elemento sorte – vocábulo de múltiplas leituras e interpretações – é um mero reflexo do acaso, do improvável, do incrível, do inexplicável? Ao longo de sua jornada evolutiva, o homem empreendeu uma incansável busca por explicações – quase sempre pouco convincentes e reducionistas, quando não conformistas – para este fenômeno de complexidade singular: a sorte. Se ainda não encontrou respostas concretas, isso não interessa – afinal de contas, o importante é formular teses e filosofar a respeito delas, processar trocas simbólicas, estabelecer conexões e sistemas sociais. It´s evolution, baby! E ganhando ou perdendo, poderemos sempre responsabilizar a velha sorte.

Não é apenas no mundo esportivo que a palavra sorte está associada ao jogo, a disputa, a competição. No jogo da vida é – cada vez mais – imprescindível contar com ela, nossa estimada amiga sorte. Dentro das quatro linhas de um campo de futebol e em outros cenários da vida humana, jogamos a nossa própria sorte, nosso próprio destino, transpondo barreiras, atravessando fronteiras, superando limites, lance a lance, driblando com desenvoltura ou indo pra dividida, fazendo o gol ou quebrando a canela... Sem nunca pipocar! Não seria o futebol uma perfeita metáfora da vida?

Mas, voltemos a sorte! Penso que ela, caros amigos, geralmente acompanha os talentosos, os competentes e os fortes – aqueles que se entregam de corpo e alma à intrigante, poética, apaixonante, divina, maravilhosa e perigosa batalha da vida cotidiana! A sorte caminha ao lado dos bons, dos homens de fé, dos aventureiros, dos destemidos, dos inconformados, dos aguerridos, dos peleadores – isso é fato, o resto são meras versões do fato! Ou não...

O fato é que aproxima-se a hora da verdade, e por isso essa força estranha, no ar...! Brilha a estrela tricolor! Quem poderia imaginar? Mais do que nunca, gremistas, contemos com a sorte!!!

Saudações tricolores.

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