quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Vai-se a década maldita.

Por Felipe Sandrin


ACABOOOOOUUUUUUUUUUUUUUUU!!!

Para muitos, a década acaba em 2010; para mim, ela acabou domingo. Chega de tanto sofrimento, de gritos que não saíram, de fogos que não subiram: que parta 2009 e venha logo a redenção, a glória de um Grêmio campeão, de um Grêmio que, por anos, nos acostumou com glórias infindáveis e inesquecíveis.

Onde mora meu orgulho desses últimos dez anos? Claro, em uma batalha de aflitos, num jogo atípico que nunca novamente será visto... Jogo inesquecível, mas título sem grande valor. Foi assim que vivenciamos os últimos anos: nossos grandes feitos nem foram grandes títulos. Da Batalha dos Aflitos para uma final de Libertadores, a qual nos deixa sentimentos incompletos até hoje.

E para finalizar, restou a nós entregarmos um jogo, sangrar a carne de nossos rivais que por uma semana entoaram nosso hino, gritaram nosso nome e imploraram por nossa ajuda: eles negaram, mas lá estão as provas, os vídeos incontestáveis. E quando eles disserem “vocês entregaram”, eu direi: Sim! E vocês foram tri vice. No ano do centenário de vocês, quem dançou a marcha fúnebre foi o Inter, enquanto nós, regentes do hino dos mortos, apenas rimos e tocamos a última nota, junto à última pá de terra que pousou sobre tuas gélidas esperanças, torcedor colorado.

Acabou! Fim de década, que morram as datas malditas e que levem o QUASE, que levem os falsos gremistas, aqueles que, filhos de um Brasil corrupto, também destoaram o azul de minha bandeira.

É hora de darmos um adeus ao herói, um homem com mais títulos que muitos clubes brasileiros, um defensor das causas de paixão, um declarado de coração azul, que nunca quis ter razão, pois esta sempre foi amor pelo Grêmio. Parte Danrlei, o goleiro que defendia muito mais que nossos sonhos e desejos. Parte Danrlei de Deus, abandona os campos, mas deixa-nos o pranto que regou títulos e sorrisos que até hoje ecoam no peito dos que amam o Grêmio.

Levem-me essa década maldita, a qual sempre volta, a qual sempre finda, mas que nunca vence... Porque o Grêmio é imortal, e nessa década que pouco nos trouxe, aflorou-se de vez esta palavra, IMORTAL. Porque anos, décadas não nos vencem, não nos diminuem a torcida, os prazeres, não nos vencem nem nos fazem menos do que O MAIOR DO RIO GRANDE.

Tu esteve na segunda, mas poderia ter ido para a terceira ou quarta. Hoje já não importa teu lugar exterior, pois eu conheço teu lugar interior. E tu, GRÊMIO, SÓ TU, GRÊMIO, és dono desse coração. Namoradas se foram, amigos se foram, e tu aqui, firme, forte. És tu a primeira, segunda, terceira e quarta batida mais forte deste meu coração que um dia há de parar sabendo que tu haverá de seguir.

Acabou a década, e enquanto alguns pensam que foi a década dos perdedores, eu digo que foi esta a dos vencedores, a de gremistas fortes que souberam ver rivais campeões, diretorias medíocres e sonhos interrompidos; a de gremistas fortes que suportaram tanto quanto outros gremistas em outras épocas suportaram para poder forjar novamente o Grêmio que não se apaga, não se abala ante a peleia.

Acabou! Fim de década, fim de era e começo de um novo velho Grêmio.

Eu estive, eu estou e eu estarei lá... Tudo por um Grêmio campeão? Não, tudo pelo Grêmio...

Ser campeão é conseqüência, ser gremista é merecimento.

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