terça-feira, 30 de junho de 2009

Juntos outra vez.

Por Mano Menezes

Não faz muito que estive em Recife visitando uns amigos que já jogaram no Grêmio e hoje atuam pelo Sport; foram dias cercados de histórias futebolísticas e ótimas risadas. No apartamento localizado à beira da praia de Boa Viagem, toda noite era noite para relembrar o que cada jogador passou. Somália, hoje atuando pelo Náutico, fazia todo mundo cair na gargalhada com seu encantamento por Porto Alegre e a noite da Capital. Wilson e Vandinho falavam sobre sua experiências internacionais em países como a Ucrânia. Eu e Guto – jogador colorado que está emprestado ao Sport –, salientávamos porque o Gre-Nal era um clássico inigualável.

Entre tantas experiências distintas de vida, também havia espaço para a emoção: bastava ouvir Sandro Goiano e Bruno Teles falando sobre o Grêmio de 2007, e eu imediatamente me calava para entender cada detalhe que conduziu aquele grupo limitadíssimo a uma final de Libertadores.

- Nós estávamos perdendo por 2 a 0, e tudo que o professor pedia era para que segurássemos o jogo. Quando chegamos no vestiário, a única coisa que ele falava era que no Olímpico iríamos brilhar.

Este era Mano Menezes, motivador, estrategista e um fã declarado das mágicas do Olímpico. Foi essa a receita do Grêmio 2007: se o time era limitado, se os jogos eram guerras, teríamos de superar isso de alguma forma, e aquele ano foi a força da torcida que fez o Grêmio surpreender o Brasil, eliminando os favoritos da competição.

O primeiro jogo do Grêmio dentro dessa Libertadores ficou conhecido como "o massacre sem vitimas", um jogo inesquecível para qualquer gremista. Em meio a tantas dúvidas e pessimismo, eu me apeguei a uma idéia de que o Monumental Olímpico sabia o que fazia, e que os gols perdidos na verdade apenas estavam sendo guardados para um jogo mais importante.

Não existem hoje resquícios de 2007. A única coisa que permanece intacta é nosso amor, nossa fé e a mística sobre o poder do Monumental Olímpico.

Quando Mano Menezes se despediu do Grêmio, ele disse que voltaria, falou sobre a indescritível e inigualável torcida que temos e que, mesmo longe, jamais esqueceria dos dias de glória - quando o impossível se tornava apenas palavra diante de um Olímpico que pulsava numa mesma batida.

Juntos, somos invencíveis. E quinta-feira, mais uma vez, mostraremos isso.

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