quinta-feira, 21 de maio de 2009

OS RENEGADOS.

Por Silvio Pilau

Habemus Tecnicum. Finalmente. Depois de quase um ano e meio, finalmente temos na casamata um treinador vencedor. Um cara que já conquistou títulos, com a experiência, a capacidade e a estrela que podem levar o Grêmio a novas e importantes glórias. Paulo Autuori pode não ser o maior gênio do futebol – e não o é – ou mesmo o salvador que a imprensa tem tentado fazer a torcida acreditar – e também não o é –, mas é um treinador capaz de fazer jus à grandeza do Grêmio e disputar troféus.

No entanto, essa é apenas uma parte daquilo que o Tricolor precisa. O treinador chegou? Ótimo. Ele é bom? Melhor ainda. Mas e os reforços? Já escrevi aqui que acho o time do Grêmio razoável. No máximo dos máximos, bom. Temos, sim, ótimos jogadores, mas também temos no elenco atletas que jamais deveriam vestir a camisa de um clube grandioso como o Tricolor. Nosso time, mesmo o titular, sofre com diversas carências. É verdade que a equipe ainda está se entrosando, mas isso é difícil quando falta qualidade.

Sabemos todos quais os problemas do elenco. Não vejo motivo em ficar relembrando-os aqui. Felizmente, parece que a direção tem consciência de que reforços são necessários e, ainda que caminhem a passos de tartaruga (como bem demonstroy aquela que talvez seja a contratação mais demorada de um treinador em toda a história), os indícios, declarações e entrevistas comprovam de que estão fazendo, ao menos, alguma coisa para acalmar os ânimos da torcida e montar uma equipe cada vez melhor.

Nós, torcedores, também temos consciência de que as condições financeiras do clube não são das melhores. Sabemos que trazer Ronaldo, Adriano ou até mesmo um Ronaldinho (cujos boatos pela volta ao Brasil são fortes) é praticamente impossível para o momento do Grêmio. Mas também tenho a certeza de que não precisamos nos ater a jogadores de segunda classe. Não precisamos trazer atletas de trinta anos que jamais deram certo em clube algum. Querem a solução? Pois eu a tenho.

A solução é trazer os renegados do futebol europeu. Simples. Tudo bem, não tão simples, mas é o caminho. Em outras palavras, buscar no mercado do Velho Mundo, ou até em outro como a Rússia ou as Arábias, aqueles jogadores que uma vez já deram certo aqui e que, por alguma razão, não conseguiram desempenhar o mesmo futebol por lá. Ou seja, atletas que já demonstraram possuir capacidade para jogar no nosso futebol, mas não eram craques a ponto de se firmar por lá.

Esse é o caminho. Essa é a solução. Ao invés de contratar apostas, contratar apostas que, ao menos uma vez, já deram certo. Jogadores como os próprios gremistas Souza e Maxi López. Ambos tiveram certo destaque em seus países, mas nunca tiveram sequência de jogos ou caíram nas graças de suas torcidas quando jogaram na Europa. Voltaram para cá não somente dispostos a provarem que têm futebol nos pés, mas com a certeza de que, aqui, são capazes de brilhar como um dia todos acharam que fariam.

Assim, de cabeça, eu não saberia citar nomes que se encaixariam nessa definição. Mas tenho a certeza de que uma rápida pesquisa poderia gerar vários resultados. E o melhor: dentro da capacidade financeira do Grêmio, pois são jogadores não-aproveitados pelos seus clubes e com o desejo de jogar. Infelizmente, isso é o que não somente nós, mas o futebol brasileiro todo pode fazer de melhor para montar uma equipe competitiva e de qualidade. Isso e, claro, torcer para que as categorias de base façam surgir um novo craque.

O problema é, como sempre, o tempo. Já estamos na metade da Libertadores e o Brasileirão começou há duas rodadas. Mais alguns dias de espera pode acabar sendo tarde demais. A direção precisa agir rápido. Renegados ou não. Enquanto isso, temos um jogo importante no nacional, em busca da primeira vitória. E com uma estreia. Não de reforços, mas do comandante. Que seja apenas o início de uma longa jornada de sucessos

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