quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

UMA QUESTÃO DE OBJETIVOS

Por Silvio Pilau

Sabe-se que é difícil montar um time campeão de um ano para o outro. Na maioria das vezes, esse é um trabalho que exige um planejamento a longo prazo, tendo em vista não somente os nomes dos atletas em campo, mas tudo o que envolve o clube. Política de salários, plano de sócios e balanço financeiro em dia são apenas alguns dos fatores que influenciam na construção de uma equipe competitiva, capaz de disputar grandes títulos.

Temos alguns exemplos disso no futebol brasileiro dos últimos anos. O Grêmio de Felipão e Fábio Koff foi um deles. O Internacional de Fernando Carvalho outro. E, atualmente, o São Paulo de Muricy Ramalho. São três grandes provas sobre como um pouco de organização e estrutura têm a habilidade de se sobressair na eterna bagunça e desorganização que é o futebol brasileiro.

O Grêmio, no momento, passa por um período de transição. Temos um novo presidente, após Paulo Odone reerguer o Tricolor das profundezas do inferno da Segundona. Temos o projeto de um novo estádio, que ainda vai demorar a ficar pronto, mas já requer muita atenção desde agora. E temos, acima de tudo, um novo ano pela frente, mas, ao contrário de 2008, um ano repleto de altas expectativas por parte dos torcedores.

Iniciamos este ano prestes a terminar com medo do pior. No entanto, conquistamos uma vaga para a Libertadores e brigamos pelo título nacional até o fim. O torcedor viu, novamente, que é possível acreditar no Grêmio e que um clube com essa mística está destinado às glórias. Em 2009, temos uma Libertadores pela frente, a décima-segunda de nossa história. E, após o vice da própria Libertadores em 2007 e o vice brasileiro neste ano, o torcedor exige um título de respeito.

Por enquanto, o cenário não é muito animador. Apesar das renovações dos excelentes Victor e Rever, perdemos Rafael Carioca, que não quis nem jogar a Libertadores, preferindo se esconder na Rússia. Também foi renovado o contrato de Tcheco, um jogador pelo qual já expressei minhas muitas ressalvas, ainda que tenha apoio de boa parte da torcida. E nenhum dos nomes surgidos em meio à boataria chegou a empolgar.

A esperança, porém, continua. Sei que o Grêmio não irá montar o melhor time do Brasil, mas torço para que os dirigentes contratem com sabedoria e precisão. Tudo é uma questão de objetivos. Queremos uma boa campanha na Libertadores ou queremos o título? Os dois últimos anos nos ensinaram uma lição: a camisa do Grêmio tem valor e é capaz de grandes feitos. Mas nenhuma camisa chega sozinha a grandes conquistas. Ela precisa ser vestida por jogadores de qualidade.

O Grêmio de 2008 tinha essa qualidade, mas ela era insuficiente para o almejado pela torcida. Que o cenário seja outro em 2009.

Nenhum comentário: