sábado, 20 de dezembro de 2008

A HORA DA RAZÃO

Por Eder Fischer


Nós, os torcedores, vivemos, quase que na totalidade do tempo, sobre o efeito paixão que temos pelo nosso Grêmio. Vamos de Marcel no ataque? Paulo Sérgio na lateral?

Putz... Mas fazer o que? . ...E da-lhe, da-lhe tricolor, eu sou borracho, sim, senhoooor! Foi este o sentimento de grande parte da torcida durante o ano. O futebol, dentro do campo, acabou. É agora que surgem os outros homens do futebol no clube. É agora que nossa torcida tem que deixar de ser a torcida copeira e se tornar igual as outras torcidas comuns. Se o time não está atacando, vaiem. Se atacou e não foi eficiente, vaiem também. Se fizer um gol, comemorem, mas em seguida voltem a vaiar se a apresentação não for convincente.

Há pouco tempo, fizemos, na minha opinião, uma das maiores injustiças para com um dirigente de futebol. Digo fizemos pois, apesar de não compactuar com a idéia, tendo escrito aqui neste espaço, inclusive, faço parte desta torcida. Expulsamos um dos maiores homens do futebol que o Grêmio já teve, ameaçando-o, inclusive. Se ainda não se deram conta de quem estou falando, peço que pesquisem: quem montou um time competitivo com recursos, que só não eram zero, porque eram negativos, para disputarmos a Segunda Divisão? Quem reforçou o time com poucos recursos para botar um Grêmio, recém vindo do inferno, na terceira posição do campeonato nacional? Quem preparou o Grêmio para a Libertadores de 2007, com Diego Souza, Saja, Lúcio, William, Teco, Schiavi? Quem trouxe para o Olímpico Rever, Victor, Roger e Roth (o melhor técnico do campeonato, na minha opnião) para este ano? Destes, três foram premiados este ano.

Não quero queimar ninguém, mas, na minha opinião, o Krieger ainda não mostrou a que veio. Seu maior mérito este ano foi manter o Roth – e antes de alguém falar que ele trouxe o Souza e repatriou o Tcheco, lembro que, na verdade, ele apenas fechou negociações que já estavam há muito tempo em andamento. Quem o Krieger realmente trouxe este ano foram Marcel, Orteman e Morales. A partir daí, peço que tirem suas conclusões.

Meu sentimento, nos anos anteriores, sempre foi de esperança, pois confiava na nossa diretoria, tinha certeza de que, se trouxessem um zagueiro do Ipatinga, é porque eles conheciam o jogador e o seu potencial. A regra básica para contratações que saiam da boca de Pelaipe e Odone quando questionados era a mesma: tem que ser um jogador que se identifique com o estilo de jogo histórico do Grêmio e que tenha potencial. Estas duas características aliadas já garantem, por si só, 80% do sucesso na contratação.

Este ano, torço muito para que nossos dirigentes façam um ótimo trabalho. Expectativa é a palavra que melhor representa o que sinto. Torço, mas não na quina do estádio como durante o ano: enquanto a nossa direção estiver agindo, estarei lá, na social, com minha pipoca, corneta e o meu radinho, pois agora é a hora da razão, para depois vivermos um ano inteiro de loucura.

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