quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

COM O GRÊMIO, PARA SEMPRE, NO TOPO DO MUNDO

Por Cristiano Zanella

Madrugada de 11 dezembro de 1983, um domingo. Tenho doze anos, e estou na sala da minha casa no bairro Três Figueiras, em Porto Alegre. Sentado no sofá, em frente ao "televisor" da marca Sharp – o primeiro aparelho colorido que tivemos –, junto da minha família aguardo o início de Grêmio e Hamburgo. Naquela noite, o Tricolor iria sagrar-se Campeão do Mundo. Vinte e cinco anos atrás...

A transmissão era da TV Gaúcha, e a narração do saudoso (que lance!) Celestino Valenzuela. Estávamos todos sonolentos, principalmente as crianças, que vestiam pijamas e haviam sido acordadas minutos antes do início da partida. Apitos estridentes ecoam pelo Estádio Nacional de Tóquio, foguetes estouram na vizinhança, porque o Grêmio já está em campo, trajando camisetas da Adidas e calções brancos.

Confesso que pouco lembro da partida, que recentemente revi na íntegra em cópia DVD remasterizada (com som e imagem digitais – http://dvdgremio.blogspot.com). Mas ficaram na lembrança as principais jogadas, os gols do genial Renato Portaluppi, a elegância do vesgo Mario Sérgio, os lances de malandragem de Paulo César Caju, a peleia de De León, Paulo Roberto, China, Osvaldo e Tarciso (e do time todo), a estrela de Valdir Atahualpa Ramirez Espinosa – conquistador da América e do Mundo! Agradeço a todos eles, personagens da minha infância e adolescência, pelo empenho, pela raça, coragem e determinação – virtudes que iram ajudar a forjar a marca do Grêmio Foot-ball Porto-alegrense mundialmente, e para a eternidade!

Terminada a partida, pegamos nossas bandeiras e saímos no reluzente Opala bege de meu pai a comemorar pelas ruas da cidade, descendo a Protásio Alves, no Alto Petrópolis (local onde se reuniam os "magros" da época), depois pela Osvaldo Aranha, que também estava lotada, e no centro da cidade, em festa que seguiu madrugada adentro. O Grêmio era o Campeão do Mundo, e – para todo o sempre – nada poderia ser maior!

Vinte e cinco anos se passaram, e ainda hoje é difícil avaliar a dimensão histórica que adquiriu (e vem adquirindo) esta inesquecível partida para a formação de toda uma geração de torcedores, jogadores e dirigentes gremistas. Além de tratar-se do título mais importante em 105 anos de existência do Grêmio, é uma conquista a ser comemorada eternamente, que traduz a grandeza de um clube até então pouco conhecido no cenário internacional – vale lembrar que, atualmente, o Grêmio é líder no ranking oficial da CBF, terceiro entre os brasileiros no da Comnebol (atrás de São Paulo e Cruzeiro) e possui (pelo menos é o que indicam as pesquisas realizadas nas últimas décadas) a maior torcida da região sul do Brasil.

Eu tinha doze anos, e vi o Grêmio Campeão do Mundo em 1983 – um título para sempre! Mais uma vez, parabéns, Grêmio querido! O mundial é e será para sempre o nosso caminho! A Terra continua azul, é só olhar e ver...

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