segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Quatro passos para estragar um domingo.

Por Felipe Sandrin


Poderia ter sido um domingo perfeito: o céu estava azul e o calor nos dava a idéia de um dia onde tudo daria certo. Porém, não havia uma defesa no meio do caminho, no meio do caminho não havia uma defesa.

Vendo o jogo, gol sofrido após gol sofrido, não era tristeza que eu sentia, e sim raiva. Foi um jogo de atos culposos, daqueles que você fica dias a lamentar-se – às vezes, até a vida toda, como foi contra o Figueirense na época de Mano, um jogo dado como fácil que nos custou a Libertadores do ano seguinte.

O mais incrível de nossas falhas é que essas não precisam ser comentadas uma a uma, gol a gol. Fazendo uma análise em cima de apenas um dos lances, concluímos a mesma coisa. Mas mesmo assim podemos destacar o que nos fez deixar escapar dois fundamentais pontos.

Primeiro, Marcelo está muito abaixo de Victor. Ele não chega a ser um mau goleiro, mas sua insegurança reflete em nós: ver Marcelo debaixo do gol é ter medo de toda bola que ronde nossa área. E se Marcelo nos faz sentir assim, será que também não faz com que seus companheiros de defesa se sintam? Temos um grande goleiro para substituir Victor e o nome dele é Matheus Cavichioli. Atualmente emprestado ao Caxias, o arqueiro não somente se firmou como grande destaque do time grená, mas também hoje é o capitão e o cara que mais chama atenção nos treinos e jogos do time serrano.

Segundo, a volta de Leo, que, após um longo tempo sem atuar pelo time principal, teve a chance perfeita de voltar e semear a dúvida na cabeça de Auturori, mas os gols ridiculamente sofridos acabaram por trazer certeza ao nosso treinador – que hoje, obviamente, vê Rafa Marques como titular incontentável de nossa zaga.

O terceiro ato vem no pênalti de Tcheco, que podia até aquele momento ser chamado de tudo, menos de um mau batedor. Mas, no futebol, se até os melhores e mais incríveis jogadores erram, o que dizer de Tcheco, que este ano não vem sendo nada mais do que um mediano jogador na reta final de uma carreira?

Quarto, definitivo e mais irritante ato é, óbvio, a entrada de Thiego. Em um jogo onde tudo dava errado e somente a torcida fazia sua parte, Paulo Autuori resolve se queimar com quem? Exatamente, a torcida.

Agora, dois jogos fora. Em outras épocas, pediria a todos esperança, mas desta vez podemos fazer um discurso um pouco diferente. Quem sabe apenas pedir que sigam fazendo o que fizemos até agora: não desistam do Grêmio. Xinguem jogadores, os gols estúpidos que não cansamos de tomar, mas nunca, nem por um momento, desista do Grêmio.

Assim, no final, independentemente da colocação que terminemos, com orgulho, poderemos dizer que nós fizemos nossa parte.

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