segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Mais do mesmo.

Por Silvio Pilau


Escrever sobre o Grêmio neste Campeonato Brasileiro é um verdadeiro desafio à criatividade. Dia após dia, jogo após jogo, mês após mês, a situação continua a mesma. Nada parece mudar e nada realmente muda. Os problemas se repetem, o discurso é igual e a desconfiança por parte do torcedor permanece. Falta assunto. As novidades são nulas. O Grêmio se limita às obviedades, um verdadeiro pepino para qualquer escritor que busque redigir algo no mínimo original.

Este final de semana foi mais um deles. Novamente, agora contra o logo-acima-da-zona-de-rebaixamento Coritiba, a atuação ficou devendo. E muito. A defesa continuou inconsistente, com os atacantes paranaenses finalizando toda hora na cara do milagreiro Victor. Não fosse esse, mais uma vez, teríamos perdido. Victor não é somente o melhor goleiro do futebol brasileiro, mas um dos melhores do mundo. Se ele não tivesse sido convocado, poderíamos ter vencido os últimos jogos. Ou alguém acha que ele tomaria alguns dos gols que Marcelo levou nesse tempo?

Vejam só, já voltei a um assunto recorrente. Falar dos milagres de Victor não é mais novidade para ninguém, e lá estava eu discorrendo novamente sobre isso. Mas, também, sobre o que mais posso falar? O gol de Perea, talvez. É uma boa. Belíssimo gol, com direito a entortada no zagueiro e finalização perfeita e surpreendente. No entanto, todos nós conhecemos o futebol de Perea e, por isso, sabemos que momentos como esse são lances raros na carreira do colombiano. Torço, ao menos, que essa raridade venha com mais frequência.

Tem outra questão que também acontece toda semana, mas que não comentei aqui ainda: a disparidade entre o que vemos em campo e o discurso de Autuori. Para o nosso comandante carioca, tudo sempre parece bem: segundo o que dá pra entender de suas digressões, o Grêmio só perde nos detalhes, sempre jogando e criando mais que o adversário. De onde ele tira isso, não sei. O Grêmio tem jogado menos que o Inter. Qualquer um vê. A defesa está furada, a criação é fraca, o time está desligado em campo. A vontade de vencer não parece existir.

Tcheco? Não falo mais sobre Tcheco. Todo mundo que acompanha esse espaço sabe a minha opinião sobre o camisa 10. Minha preocupação verdadeira para o Gre-Nal é a perda de Máxi López. O argentino está longe de ser craque, mas também está muito à frente de nossos outros atacantes. Máxi sabe segurar a bola, faz bem o pivô, luta com os zagueiros e consegue criar lances de perigo apenas no enfrentamento pessoal. É o nosso único atacante capaz de fazer isso e será um desfalque gigantesco para o clássico.

No geral, foi mais uma atuação abaixo da média. Nem mais em casa o Grêmio consegue convencer. Assim iremos até o final, aos trancos e barrancos, apostando nas defesas de Victor, nos lances de bola parada e, principalmente, na inépcia dos adversários. O Tricolor demonstrou, mais uma vez, que briga pelo G4 não porque está em crescimento ou com um time encaixado, mas porque as demais equipes estão ainda piores.

Agora vão me xingar por estar falando mal do Grêmio após uma vitória. Bom, falar mal após derrota é o normal. Assim, pelo menos, eu consigo fugir um pouco da obviedade.

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