sexta-feira, 31 de julho de 2009

Para que não seja tarde demais.

Por Felipe Sandrin

Para cada jogo, uma maior pressão; e a cada resultado negativo, uma enxurrada de críticas e culpados. Não vencemos, não convencemos, entramos com discurso de: "tem que ser hoje". Não foi, e provavelmente no próxima partida também não será.

Meu grande medo diante da vitória que não vem é que esta pressão logo exerça força até mesmo quando jogarmos em casa. Em um campeonato tão nivelado, é perfeitamente normal que times mandantes levem ampla vantagem, mas no nosso caso a responsabilidade de vencer fora tornou-se ainda maior devido à seqüência de maus resultados.

O time não é ruim: o que falta a nós falta à grande maioria nesse Brasileirão. Autuori é um bom técnico, vem notando as dificuldades técnicas e modificando na medida do possível. A boa notícia ficou por conta de Douglas Costa que jogou como deve-se jogar, deu outro ritmo à equipe e reascendeu o Douglas que imaginávamos vestindo a camisa tricolor.

Derrotas, vitórias, jogos invictos, jogos sem vencer... Assim seguirá nosso campeonato, são muitas rodadas, muitos meses e muita coisa por acontecer. Paulo tem a confiança da torcida e comissão técnica, tem o respaldo necessário para saber que seu tempo de trabalho será longo, e assim poderá desenvolver seu trabalho.

Eu acredito na continuidade, e mesmo que ainda não tenhamos vencido fora de casa, chegará a hora que venceremos, e então esta será apenas mais uma estatística passada. Esse deve ser o pensamento dos jogadores, pois se eles forem na onda deste questionamento, logo vencer irá se tornar ainda mais difícil e nossos jogos em casa também serão comprometidos.

Domingo, será o Cruzeiro. Não há tempo para ficar se lamentando, pois se perdermos começará a contagem das partidas que não ganhamos em casa. Há tempo para soluções, há tempo para vitórias fora de casa e há tempo para que ainda não seja tarde de mais.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Novo Ronaldinho ou novo Bruno?

Por Silvio Pilau


Hoje, o assunto entre os gremistas vai ser o jogo contra o São Paulo e a necessidade de conquistar a primeira vitória fora de casa. Sei disso. Mas o Zanella e o Sandrin já escreveram sobre isso nos dois últimos dias e não vale a pena repetir. Então, pensando em outro assunto, dois me vieram à cabeça.

O primeiro foi a situação de Tcheco, mas optei por não falar sobre isso. Quem me acompanha por aqui ou me conhece sabe que não gosto nem nunca gostei de nosso "capitão". Não é segredo algum. Mas eu o atacava quando todos o idolatravam; bater agora que ele está caído é covardia. Assim, escolhi falar sobre a grande promessa do Olímpico, sobre o novo Ronaldinho, sobre o garoto visado por grandes clubes da Europa: Douglas Costa.

Já faz alguns anos que ouvimos falar de Douglas como um craque. Eu jamais havia visto seu rosto e tinha a certeza absoluta de que um fenômeno estava sendo formado nas categorias de base da Azenha. Pelas declarações, testemunhos e entrevistas, todos pareciam ficar de queixo caído com Douglas. Era apenas uma questão de tempo até ele subir aos profissionais e se tornar um dos jogadores mais talentosos já revelados pelo Grêmio.

Pois ele foi promovido no ano passado e teve suas primeiras chances com Celso Roth. Foi razoavelmente bem, mas não chegou a mostrar tudo aquilo que se esperava. Logo voltou ao banco e não teve mais oportunidades. Neste ano, entrou poucas vezes. Na maioria delas, com pouco tempo para mostrar algo. Nas outras, foi um fiasco. Além de demonstrar total imaturidade – cometendo faltas burras e tomando cartões desnecessários – nada apresentou de futebol. Lembro de lances nos quais Douglas baixou a cabeça e saiu com bola e tudo pela lateral.

Porém, acredito piamente que o garoto de ouro do Olímpico tem muito mais talento do que mostrou até agora. O fato é que, até agora, aos 18 anos, parece que ainda não está preparado para o mundo do futebol. Infelizmente, Douglas parece ter se deslumbrado com um sucesso que ainda não veio. A impressão que fica é a de que começou a se considerar gênio, que sonhou com os milhões da Europa e esqueceu de algo primordial: de jogar bola. Esqueceu que ainda não fez absolutamente nada para mostrar que pode ser o que pensa ser.

E isso é uma pena. Tudo bem que existe uma tendência em exagerar absurdamente os talentos das categorias de base (Neymar quem?), mas Douglas tem qualidade. É rápido, habilidoso, sabe bater na bola. Tem tudo para se tornar um jogador interessante. Mas, para isso, precisa de um bom acompanhamento físico, técnico e psicológico. Precisa de humildade. Precisa entender que não é nada no mundo do futebol e que ainda falta muito para se tornar um jogador de verdade. Precisa, acima de tudo, querer ser esse jogador.

Exemplos de promessas que sumiram por não saberem conduzir a carreira temos aos milhares. A cada dez Brunos, surge um Ronaldinho. Douglas precisa escolher, logo, qual dos dois prefere ser.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

O futebol é assim...

Por Cristiano Zanella


No futebol se ganha, se perde ou se empata! Mas o Grêmio teima em desafiar a lógica e a realidade, ou melhor, adapta a máxima do futebol à sua própria realidade: em casa, vence; fora, perde ou, no máximo, empata! Este é o Grêmio no Brasileirão 2009 – como diria Dino Sani, uma verdadeira caixinha de surpresas!

Penamos para ganhar – em casa – do modesto Santo André. O ataque, mais uma vez, comprometeu (escalar Herrera e Jonas é jogar com dois a menos). E, mais uma vez, prevaleceu o talento de Souza e o oportunismo de Rafael Marques (zagueiro, reserva e goleador). O futebol é assim..., diriam os analistas, os estudiosos, os especialistas. Se ganha, se perde, se empata! O tricolor venceu, mas não convenceu... Quem sabe na próxima?

Mas o fato é que o Grêmio, mesmo quando joga bem, teima em nunca vencer longe dos seus domínios, e é um time de extremos: tem a melhor campanha em casa, e a pior fora. Contrariando a lógica tricolor, acredito que dentro em breve haveremos de ganhar jogos fora, e quem sabe não será contra o atual campeão brasileiro a primeira vitória em terras estrangeiras? O São Paulo é um time sempre perigoso, que está crescendo na competição (como o fez no ano passado), mas é chegada a hora do Grêmio mostrar a que veio! O time vai estar completo, com sua formação considerada titular (perigo: Túlio, Souza e Tcheco entram em campo pendurados). Além disso, ganha um dia em relação aos adversários (jogou sábado e joga quinta, ao invés de domingo e quarta). Adversários que trocam de técnico, negociam jogadores com times do exterior (a janela de transferências internacionais continua aberta, para quem quiser passar...), tem atletas convocados pela seleção. Já o Grêmio segue com seu time base, aprimorando seu esquema de jogo, fiel às convicções do treinador.

Cabe antecipar que a reta final do primeiro turno vai ser casca: São Paulo (fora), Cruzeiro (em casa), Palmeiras, Barueri e Flamengo (todas fora). Ainda assim, ganhando, perdendo ou empatando, o momento é de paz no Olímpico! A vitória no Grenal injetou nas veias tricolores a dose de euforia perdida com as sucessivas derrotas em clássicos – uma adrenalina que faz superar carências técnicas que são evidentes, faz esquecer as ridículas atuações frente ao Avaí e Santo André, e faz acreditar que podemos sim vencer uma partida longe do sagrado território do Estádio Olímpico. Estamos no caminho certo! O futebol é assim... e o Grêmio há de ganhar uma partida além de seus domínios!

Para o que der e vier, com o Grêmio sempre!!!

terça-feira, 28 de julho de 2009

Atitude.

Por Felipe Sandrin

Vitórias provêm de atitude, seja em casa ou não. Apenas quem entra com o compromisso de vencer pode realmente triunfar. Quando jogamos em casa, a mentalidade de nossos jogadores é simples, notada em cada entrevista: elas falam de obrigação. Já nas partidas longe do Olímpico, o discurso varia para palavras modestas: "vamos buscar um bom resultado".

O grande problema em jogar longe dos domínios não é propriamente a pressão do adversário ou da própria torcida, e sim a viagem que, apesar de cercada de cuidados, sempre desgasta e cansa os atletas.

Em um campeonato tão longo, o fundamental sempre será o grupo. Por isso, a cada jogo que vejo Souza decidir, corre junto a mim a dúvida: e quando ele não jogar? O Grêmio que vemos hoje é bem organizado taticamente, seus erros defensivos não são coletivos e sim individuais, assim como nosso ataque é totalmente dependente dele, Souza.

Na quinta-feira, jogaremos no Morumbi. Se nosso adversário marcar nosso jogador diferenciado, não venceremos novamente fora de casa. É necessário que Autuori ache alternativas para essa nossa total necessidade da bola parada. É necessário que Tcheco se torne o jogador que foi no Brasileirão passado. Precisamos de mais jogadores que possam decidir.

Nesta quinta, o jogo é em nosso velho conhecido Morumbi, diante de um São Paulo cheio de deficiências técnicas. Podemos vencer, basta querer realmente, entrar buscando a vitória e tratando o empate como derrota.

Ainda estamos no início do campeonato, mas é agora que verdadeiros campeões começam a dar a cara, é nessa hora onde tanto se fala em vencer que os fortes vencem e os fracos simplesmente esperam o próximo jogo para tentar novamente.

Quinta, vamos vencer.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Derrotas importantes.

Por Eder Fischer


Menos de 72 horas separaram o êxtase após o gre-nal histórico da partida contra o Avaí na quarta-feira. No domingo, não se ouviu protestos contra a direção, não se pediu a saída de Tcheco e nenhuma contratação. O time estava fechado e pronto para disputar o tri do Brasileirão. Assim somos nós torcedores e seres humanos, tudo está bem enquanto tudo vai bem. Ganhei uma promoção no trabalho? Logo esqueço o esforço que foi preciso fazer para chegar até lá e me acomodo acreditando que tenho um diferencial congênito, ou que Deus simplesmente resolveu parar de quebrar a cabeça tentando resolver o problema da fome na África e conflitos étnicos e dar uma ajuda para aquele cara que sempre se esforçou, mas nunca teve oportunidade. Mas esta reação é compreensível quando vinda de nós torcedores, porém questiono quando a opinião parte de profissionais remunerados para analisar partidas e transmiti-las a nós.

Não quero com isto dizer que o Grêmio não está mal só porque perdeu para o Avaí, mas sim que o Grêmio não está tão bem só porque ganhou o clássico. Já havia dito isto antes da partida na Ressacada. No Gre-Nal, fomos melhores, ok. Mas senti falta do carrinho, dos desentendimentos em campo, dos peitaços, daquele fôlego a mais para buscar uma bola perdida. Peculiaridades que marcam o jeito Grêmio de jogar, e que deveriam ser potencializadas em um Grenal. Já venho há algum tempo querendo tocar neste assunto, desde que o novo técnico assumiu, para ser mais exato. Autuori, um profissional polido, inteligente, o tipo que a imprensa gosta, desembarcou em Porto Alegre dizendo que não ia impor o seu jeito de jogar e sim adequar suas idéias ao padrão histórico do Grêmio. Um grande profissional,sem dúvida, mas não sou o primeiro a achar que ele não tem o perfil de um treinador tricolor. Sinto falta da “raça” gremista, do sangue castelhano, do abafa com um a menos aos 48 do segundo tempo para buscar o resultado e da retranca para segurar o resultado com três a menos, do sangue nas camisas, dos gritos à beira do gramado e da falta de ar ao final das partidas para dar entrevista, virtudes estas que não são possíveis apenas traçando táticas em um quadro negro.

Que a derrota de quarta-feira abra os olhos de nossos dirigentes e comissão técnica, para que façam este ajuste final que falta para almejarmos as primeiras colocações.
A boa notícia é que Autuori já foi visto além dos limites de sua área técnica dando alguns berros, cena rara em outros clubes pelo qual passou, sinal de que está cumprindo o que falou em sua primeira coletiva e se adequando ao futebol tricolor. Espero que isto seja rápido, pois os cães ladram e a caravana não para.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

It´s only futebol (but I like it)!

Por Cristiano Zanella


Tchê, que baita Grenal! Inesquecível! Cem anos, hein? E nós aí, fazendo história! A zaga esteve firme, o meio campo foi impecável, o ataque efetivo. Excetuando os fora de série Victor e Souza, meu destaque ficou por conta do estreante Mário Fernandes, o fugitivo – a diretoria não estava errada em apostar no jovem talento, mesmo depois do episódio que marcou sua chegada ao Olímpico (mal entrou, já foi saindo...). Mas tudo que se podia dizer a respeito do clássico já foi repercutido na imprensa e nas mesas de boteco (a vitória do Grêmio foi verdadeiramente incontestável). Passada a ressaca pelos três pontos mais festejados dos últimos anos, é hora de pensar em ganhar partidas além fronteiras, feito até então inédito na campanha tricolor no Brasileirão 2009!

Em Florianópolis devido a motivos familiares, estarei entre os cerca de dois mil gremistas que prometem invadir a Ressacada logo mais a noite. Noto que há um clima de otimismo entre os torcedores do Avaí (depois de uma arrancada constrangedora, o representante catarinense no Campeonato Brasileiro vem embalado por duas vitórias consecutivas e pode surpreender). Historicamente, os confrontos entre gaúchos e catarinenses costumam ultrapassar as fronteiras do campo. Prova disso, basta ler o que escreveu em seu blog um recalcado chamado Castiel (?), titular da coluna Pódio (do respeitado Diário Catarinense): "Olha, já vi blogueiro gremista dizendo que vai dividir a Ressacada na quarta-feira. Primeiro, não vai porque o espaço destinado aos visitantes não permite. E ego inflado não ocupa espaço físico. Quero dizer que a próxima rodada não será um desafio somente ao time do Avaí. Será um desafio à nação avaiana. É preciso fazer da Bombonera catarinense território avaiano somente. Aquela ridícula torcida gremista que acha que nasceu na Argentina e até canta em espanhol precisa ser abafada. Até porque seus cânticos são muito chatos. Já conhecidos como vuvuzelas tricolores, esta trupe é, disparada, o que tem de mais chato no futebol brasileiro. Quero uma vitória do Avaí não só dentro de campo. Mas fora dele".

O post do recalcado bateu todos os recordes de acesso no Clic RBS SC, gerando quase 500 comentários, a maioria condenando a atitude do jornalista (?). Mais do que promover o espetáculo, é dever do formador de opinião (?) incentivar a harmonia e o respeito entre as torcidas – se há catarinenses anti-gaúchos, ou mesmo clima de guerra para a partida, este clima tem que estar dentro das quatro linhas do campo. Além de faltar com o respeito com a torcida tricolor e com o povo gaúcho, talvez o palhaço (!) não saiba que grande parte da população do estado de Santa Catarina é composta por gaúchos, campeões do Brasil, da América e do Mundo, pioneiros que em décadas passadas ajudaram a colonizar as terras catarinenses, e que não irão dividir e até mesmo lotar a Ressacada pelo simples motivo de que não há mais ingressos disponíveis (na Bombonera catarina cabem apenas 15 mil espectadores). Piadas a parte, excetuando as praias e os frutos do mar, não há em todo o estado de Santa Catarina qualquer aspecto em gênero, número ou grau que supere o nosso Rio Grande, muito menos o embrionário futebol catarinense. Portanto, vai te enxergar, Castiel!!!

Parafraseando os colegas do Final Sports, à Ressacada, me voy... E vou a pé! Tá tudo azul na Ilha da Magia! É casa cheia! Nem vem que não tem – aqui em Floripa quem manda é a gauchada! E não vamos perder a classe, afinal de contas... It´s only futebol, minha gente!!!

É com o Grêmio sempre, onde ele estiver!!!

terça-feira, 21 de julho de 2009

O tip-top tricolor.

Por Ricardo Lacerda


Foram exatas 24 horas desde o apito final de Leonardo Gaciba. Às seis da tarde desta segunda-feira, nasceu em Passo Fundo, a “capital nacional da literatura”, o Arthur. Tutu é filho dum colorado com uma gremista. Terei a honrosa incumbência de batizar o piá. A madrinha promete equilibrar o esquema, já que é colorada. Mais feliz que lambari de sanga era a parentada. Vô, vó, tio, tia, bisavô, bisavó, dindo, dinda... Tudo meio azul, meio vermelho, tal qual nosso Rio Grande. Uma Torre de Babel. Nada como vida nova para alegrar até mesmo eles, os amargos.

À espera de Tutu, um belo tip-top tricolor. O “traje” terá de duelar com a camisetinha e o calção do Inter comprados por algum desvairado. Ainda bem que é inverno e, pra quem não sabe, na terra do Felipão faz frio pacas. Custou caro o tal do tip-top, e isso que tenho “desconto” de sócio. Mesmo assim, como dizia aquela propaganda, ver meu afilhado vestido de Tricolor não vai ter preço. Esperto, apesar de colorado, o pai promete vestir o moleque de Grêmio e de Inter até que, de fato, ele se conheça por gente e faça sua escolha, democraticamente. Caberá a um exército de influenciadores aplicarem suas táticas. Ou seria esta uma responsabilidade, ainda que indireta, dos próprios clubes?

Por alto, e sem base estatística alguma, diria que aqueles nascidos nos anos 70 são, em sua maioria, colorados. Aqueles que cresceram nos 80 e nos 90, gremistas. A atual década pendeu a balança para o lado vermelho. No cômputo geral, temos um estado dividido irmamente. Para quem hão de torcer as centenas Tutus que nascem diariamente pelo pago? Além da pressão familiar, a escolha passa pelo momento que o clube vive. Não se trata de oportunismo ou modinha, até porque isso existe dos dois lados. Essa influência da situação atual da instituição é grande, mesmo que inconscientemente.

Quero ver o Tutu crescer gremista. Sei bem que ele vai ter um pai murrinha, que vai ficar incomodando para que assistam juntos aos jogos do Inter, empurrando aquela camisa encarnada goela abaixo. Mesmo assim, vou fazer o esforço que um bom padrinho deve fazer. Quero repetir meu dindo (o avô do Tutu). Ao ver meu pai colorado, Zezé tratou de me levar ao Olímpico antes que eu cogitasse seguir outro caminho. Pai colorado, filho gremista, vice-versa, é legal quando um pode rir do outro pacificamente. Decidi que só me incomodaria por futebol quando o futebol pagasse minhas contas, e olhe lá. E não paga. Muito pelo contrário, eu é que pago as contas do futebol.

Então, meu povo, sejamos amigos. Tutu nasceu no "dia do amigo". Os jogadores demonstraram estar em clima fraternal antes do jogo. Nunca tinha visto tantos atletas de Grêmio e Inter afinados dessa maneira uns com os outros. Era abraço pra cá, abraço pra lá, sorrisinho isso, sorrisinho aquilo. No exagero, eu diria “um grenal bixinha”. E foi quase isso o que pareceu. Jogaram com gana, sim - ao menos os do Grêmio - mas sem deslealdade. Foram poucos cartões, quase nenhuma discussão. Zero chorumelas, paz na torcida, Brigada Militar se redimindo e fazendo um trabalho exemplar...

Enfim, é isso o que eu quero para que daqui a alguns anos possa levar o Tutu na cacunda tranquilamente ao Olímpico - ou à Arena, que seja. Antes de moldar uma criança gremista ou colorada, precisamos moldar seu caráter. A causa é nobre. Dentro de seis anos, quem sabe menos, espero que o Arthur leia esse texto e diga algo do tipo “dindo, desde o tip-top tricolor eu já sabia que era gremista”. E só então eu vou contar pra ele, e com todos os detalhes, como foi bom ganhar aquele grenal do centenário. A Passo Fundo, me voy.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Verdadeira supremacia tricolor.

Por Silvio Pilau


O Inter venceu o Gre-nal. Isto é, um Gre-Nal que não valia nada.Sábado à tarde, mais precisamente às 13h30, entraram em campo Grêmio e Inter. A equipe gremista era formada pelos colunistas tricolores deste espaço, mais alguns reforços. O elenco colorado, construído com os colaboradores da coluna vizinha, acrescido de certas contratações. O placar: 3x2 para os literatos vermelhos.

Deixamos. Permitimos a vitória dos colorados. Por quê? Simplesmente porque, apesar de toda a rivalidade, somos amigos. Somos parceiros. Gente civilizada que quer apenas o melhor para o outro, mesmo que esse outro seja um “inimigo”. E nós, gremistas que jogaram essa pelada no Camisa 10, sabíamos o que aconteceria no Olímpico domingo à tarde. E, como companheiros, não poderíamos deixar os colorados terem duas desilusões em um mesmo final de semana.

Então, entregamos o jogo. Perdemos no sábado porque tínhamos a certeza de que, no domingo, todas as nossas previsões se tornariam realidade. E elas se tornaram. O Tricolor, alentado de maneira magistral por uma torcida que simplesmente não deu a menor chance à tal nação vermelha, venceu o Gre-Nal que já merecia ter vencido nos outros clássicos deste ano. Finalmente, a sorte não ajudou o lado rubro e, mais uma vez, mostramos que os rivais da beira do lago não passam de um clube de um ano só.

Foi um jogo difícil, como todo Gre-Nal. Uma partida na qual o Grêmio enfrentou imensas dificuldades no primeiro tempo, mas demonstrou maturidade ao superar os problemas e dominar o “melhor time do Brasil” na segunda etapa. Foi um duelo equilibrado, mas com uma vitória merecida. O Grêmio venceu e encontra agora o ânimo necessário para dar a arrancada e disputar as primeiras posições do campeonato.

E isso, meus amigos, não é um sonho. Muita gente me disse que eu sou maluco por acreditar que o Grêmio pode brigar pelo título. Eu digo que doentes são aqueles que não vêem isso como uma possibilidade. Temos uma equipe com diversos problemas, sim. Mas temos uma equipe capaz de brigar de igual para igual com qualquer outra do país. Repito: qualquer outra. Nas últimas rodadas, vencemos Corinthians e Inter e jogamos de igual para igual com o Cruzeiro, talvez os três melhores times do Brasil. Alguém tem coragem de dizer que não podemos disputar o troféu?

Tudo bem, talvez seja o otimismo único que pode vir após um Gre-Nal, mas acredito que não. O Grêmio, pouco a pouco, vai superando seus problemas e mostrando um futebol cada vez mais competitivo. A cada nova partida, excetuando-se aquelas com erros infantis e imperdoáveis como aquele cometido por Thiago contra o Coritiba, o Tricolor afirma-se com um futebol disputado e bem jogado. Acreditem em mim quando digo isso: podemos ir mais longe do que a maioria pensa.

E quem não compartilha dessa minha visão ao menos tem muito o que comemorar hoje. Sempre é bom vencer um Gre-Nal. Aquela sensação de dever cumprido e satisfação plena que comentei em minha última coluna. Melhor ainda que a vitória tenha vindo em um momento tão delicado, pós-eliminação da Libertadores, para servir como fonte de energia e confiança ao grupo.

Comemoramos mais esse triunfo e esse novo momento do Grêmio dentro do campeonato. A eles, resta celebrar uma vitória sobre um bando de pernas-de-pau em uma pelada sem qualquer valor disputada no sábado à tarde em frente ao Beira-Rio.

Se eu fosse torcedor e não colunista sensato e responsável, diria: cada macaco no seu galho.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Um campeonato à parte.

Por Silvio Pilau


Domingo à tarde começa um novo campeonato para Grêmio e Inter. Pequeno, tiro curto, de noventa minutos. Mas é um torneio de suma importância, que mexe com as emoções de milhões de pessoas e pode fazer toda a diferença para os clubes que o disputam. Um campeonato no qual podem surgir heróis e vilões, salvadores e carrascos, mitos e atletas que serão enterrados nas areias do tempo. Uma competição chamada Gre-Nal.

Se alguém de fora do Estado está lendo esse texto, não se engane. Não estou exagerando. O Gre-Nal é sempre um campeonato à parte. Não importa se é no meio de um Gauchão, de um Brasileiro, de uma Copa do Brasil, de uma Sul-Americana ou de uma Libertadores. Gre-Nal é Gre-Nal. Nada mais importa. Nada do que acontece ao redor tem qualquer influência. Em um Gre-Nal, Grêmio e Inter não entram em campo pensando em posições no campeonato, em títulos ou com qualquer visão geral das coisas. O objetivo é única e simplesmente superar o maior rival.

Por isso, um Gre-Nal nunca tem favorito. O Inter pode ter o melhor time do Brasil e o Grêmio ter recém saído da segundona, mas as chances são iguais. O Grêmio pode ser o atual campeão nacional e o Inter não ganhar nada há anos, mas as chances também são iguais. Um Gre-Nal é muito mais do que uma simples partida de futebol. Todo Gre-Nal é um momento histórico, repleto de segundos e instantes que podem moldar, para bem ou para o mal, o destino de uma vida.

Os torcedores, de ambos os lados, sabem disso. Alguns jogadores, especialmente aqueles criados aqui, sabem disso. Quanto ao resto, é bom aprender rápido. É bom que jogadores e comissão técnica "estrangeiros" compreendam agora, antes de entrarem em campo no domingo, que o que os aguarda no domingo à tarde pode definir seus futuros em solo gaúcho. Celso Roth via o Gre-Nal como apenas mais um jogo. Foi degolado. Autuori, não cometa o mesmo erro.

O Gre-Nal é a maior mistura entre terror e felicidade que um torcedor gaúcho pode sentir. Perder um clássico pode ser pior do que cair em uma Libertadores da América, por saber que iremos ouvir, e muito, dos amigos rivais. Por outro lado, vencer um Gre-Nal é tão bom ou melhor do que conquistar um título. É uma sensação de alívio, de dever cumprido, de que a honra foi defendida por bravos guerreiros. É saber que somos superiores ao nosso maior inimigo.

Nós, gremistas, estamos com a comemoração de um Gre-Nal engasgada na garganta. Se em 2007 o Grêmio obteve larga vantagem sobre o adversário, nos últimos dois anos o Inter superou o tricolor com sobras. Agora é a hora de dar a volta por cima. Este domingo é o recuperar a honra diante dos vermelhos. Mas, para isso, repito: é preciso que todos entendam a dimensão daquilo que está em jogo. Somente assim poderão vencer mais esse grande duelo.

Somente assim poderão entregar à torcida gremista mais uma faixa desse campeonato chamado Gre-Nal.

terça-feira, 14 de julho de 2009

A diferença no banco.

Por Felipe Sandrin


A força de um Gre-Nal pode ser vista diante suas conseqüências: esse ano, Celso sentiu na pele o poder do clássico, e não importava o quanto o time rendesse ou mostrasse, apena a vitória poderia lhe dar fôlego, mas elas não aconteceram e Roth disse adeus.

Autuori já provou em outros clubes ser um grande técnico; no Grêmio, ainda não teve o tempo necessário para mostrar o mesmo serviço, mas o Gre-Nal certamente será um divisor de águas do técnico dentro do clube: alvo de desconfiança plena ou de apoio total, tudo dependendo da vitória ou derrota.

Deveríamos pensar no jogo do Paraná, mas este só lembraremos realmente quando os times estiverem em campo. A semana é de Gre-Nal, de provação para um técnico no qual apostamos, num time que vem crescendo. A semana é de Gre-Nal e qualquer outro jogo é apenas coadjuvante.

Não tenho apostas para o jogo. Tudo que quero, e isso me traz esperança, é ver em nosso banco um técnico com estrela, um técnico com o brilho certo para jogos deste tipo. E eu tenho certeza que este clássico será diferente dos demais que aconteceram esse ano.

Nosso trunfo está nos bancos: os colorado olharão para nós ainda enxergando Roth, mas lá estará Autuori; já nós olharemos para o banco colorado vendo Tite – e quem estará lá será realmente ele.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Brilham muito no Grêmio!

Por Ricardo Lacerda


Foram precisos apenas 37 minutos para enfiar três gols no campeão da Copa do Brasil. Minutos depois, 35 mil vozes gritavam “olé”. Um chocolate, ainda no primeiro tempo! A postura tática irretocável foi uma clara evidência de que a mão de Autuori começa a surtir efeito. Que cena digna de Oscar aquele chapeu de Souza em Ronaldo. Coitado, o Gordo estava enlutado pela viuvez repentina.

Dias atrás, teve gente que sonhou fazer 3 neste mesmo Corinthians. Sonhou. Assim como acreditamos que passaríamos pelo Cruzeiro. Até jogamos para isso, mas “a novela dos gols perdidos” ainda tinha ali seu último capítulo. Enfim, deu vontade de tomar uma garrafa inteira de Dreher ao assistir Cruzeiro e Estudiantes. Que dureza! “Ah, se fosse o Tricolor nesta final”, vários de nós pensaram quarta-feira passada. Será que a sina de errar gols incríveis perduraria, caso fôssemos à final? Acho que sim.

O importante, agora, é que temos um fato novo. E era disso que mais precisávamos. Estávamos sedentos por gols, muitos gols, e eles vieram logo na partida seguinte à queda na Libertadores. Foram 4 contra o Atlético-PR. Tudo bem, é uma equipe fraca... lá da rabeira da tabela... “Tinha mais era que ganhar!”, ouvi de meia dúzia de colorados, quando quis comentar a performance de nosso ataque portenho. Pois bem, “boca fala, #@$% paga!”, diz, sabiamente, minha querida mãe. Fiquei curioso pra saber o que aqueles mesmos colorados vão dizer hoje.

Enfiamos 3 no Corinthians. É o Corinthians do Mano, do Ronaldo... um time bem armado, e que - junto com Inter e Cruzeiro - é apontado por muitos como o melhor do país. Oooolha só (lembrei do Paulo Britto agora)! Essa equipe foi vergada facilmente no Monumental. Não levou 5 ou 6 por dois motivos. Primeiro, pelas grandes defesas de Felipe. A segunda, e principal razão pela goleada não ter sido mais elástica, está no preciosismo. Souza quis entrar com bola e tudo depois de receber belo passe de um redimido (?) Alex Mineiro. Em outro lance, Alex Mineiro recebeu um mu-mu, foi entrando área adentro e, enquanto todo mundo pensava “chuta, anta, chuta!”, chega o defensor coloca a bola pela linha de fundo.

Citei aí apenas duas claras oportunidades onde pecamos por preciosismo. Aquilo que antes era azar e ruindade, pode se tornar frescura. Quando o cara é ruim, tem que treinar. Quando o cara é azarado, tem que matar uma galinha preta. E quando o cara é preciosista? Aí tem que levar uma carraspana do comandante. Mais vale 10 gols feios do que 2 bonitos.

Essa vitória serviu pra dar moral, pra encher os olhos. Há tempos não se via uma partida assim do Grêmio, com um adversário de alto nível sendo completamente dominado. É confortante ver que o 4-4-2 começa a funcionar, que Túlio fez boa partida, que Adílson está ficando mais maduro, que Fábio Santos pode corresponder melhor. É bom ver que Tcheco - a quem sou um crítico ferrenho - ainda tem lapsos do jogador de boa qualidade de outrora. Se o capitão mantiver o nível apresentado domingo, o que julgo improvável, seria uma baita contratação!

Quem diria que as Genis regeriam a orquestra de Autuori num domingo frio e ensolarado!? Quem diria que Jonas - a quem eu disse semanas atrás que não tem vaga nem no meu time da várzea - jogaria a bola que jogou? Ou, então, Alex Mineiro, a quem eu havia dado como morto depois do primeiro jogo no Mineirão!? Inesperadamente, estes dois cidadãos resolvem deixar meu fim de domingo e a semana que começa muito mais leve e alegre. Bem-vindos ao Grêmio! Só no Grêmio este tipo de coisa acontece.

Não dizem que quando dão o Tricolor como morto, aí mesmo é que ele vai lá e...pimba!? Pois é, parece que alguns jogadores estão se apossando da mística. Alex Mineiro e Jonas, a julgar isoladamente pelo que mostraram contra o Curíntia, brilham muito no Grêmio!

Sei que tem Coritiba no meio da semana. Mas não tem como não entrar de cabeça na semana Gre-Nal. Estou confiante que, desta vez, a vitória não escapará.

Ao Monumental, e a pé, me voy.

domingo, 12 de julho de 2009

Promessa é divida, ou não.

Por Eder Fischer

Na última quarta-feira, gremista como era, prometeu que não veria o primeiro jogo pela final da Copa Libertadores, então o convite às 18 horas no trabalho para sair à noite com alguns amigos pra beber caiu como uma luva. Resolveram na hora, foram direto do trabalho, pois se chegassem antes das nove não pagariam a entrada, a roupa não era a ideal, a grana curta, não havia todo aquele planejamento de uma festa programada há uma semana, mas levava fé no seu taco, e o objetivo é sempre o mesmo: beber, ver gente diferente e é claro, por mais que alguns não admitam, o principal objetivo de todo homem solteiro heterossexual que sai a noite, “conhecer” uma mulher interessante. Mas, naquela noite, tinha um motivo a mais.

Devido às circunstancias, chegaram meio acanhados, uma conferida geral, sinuca, uma ceva, mais uma conferida, um cigarro, outra ceva, outra conferida, opa! Ela era linda, uma morena com cabelos negros que, num balanço mágico, por vezes descobriam suas costas, olhos verdejantes e uma boca carnuda que atravessava seu rosto de lado a lado. Ele? Parado como um homem-estátua prateado na esquina democrática que espera uma moeda para se mover. Ela percebeu, deu uma nova sacudida em seus cabelos, olhou e sorriu.

De boca aberta, o cigarro se agarrava com suas últimas forças em seu lábio inferior, foi acordado não por uma moeda, mas por um tapa nas costas desferido por um amigo. O pobre cigarro, que nada tinha a ver com a história, caiu, deixando um rastro de brasa.

– Que morena, hein? - falou ele, também admirado.

Sacudiu a cabeça, se recobrou e retomou o ritual: cerveja, cigarro, conferida. Mas agora as conferidas teimavam em procurar aquela morena, por duas ou três vezes percebeu que ela também o olhava, sempre sorrindo. Um amigo o encorajou, como faria qualquer grande amigo, proferindo estas sábias palavras de um motivador nato:

– Cara, se tu não for lá falar com ela, tu é puto!

Tinha lá suas dúvidas, não sabia se ela sorria para ele ou sorria DELE. Passou por ela, uma, duas vezes, na terceira falou qualquer bobagem. Trinta minutos depois, riam de coisas e situações idiotas da vida e que aconteciam ao seu redor. Algumas vezes ficaram com os rostos a milímetros de distância. Já tinha decidido: na próxima, ia beijá-la.

Nova oportunidade. É agora, após uma gargalhada seus rostos foram se encontrando novamente, os lábios foram se abrindo e as pálpebras cobrindo seus olhos. Até que aqueles faróis verdes se abrem repentinamente:

– BEEETOOO! - exclamou ela

Beto?, pensou ele. Beto, que parecia um universitário americano daqueles que usam uma jaqueta vermelha de mangas claras com um “J” bordado no peito, praticamente ignorou sua presença. Os dois abraçaram-se, sorriram, e ele, se retirando ao som de: “Quanto tempo! Como você ta bem! Nossa, e a Flavinha? Blablablaba...”.

Deixou os três ali, o Beto, a Morena e a chave com o logo da Toyota do Beto sobre a mesa.

Ficou um pouco chateado. Na verdade, “um pouco chateado”, não descreve com clareza o seu estado de espírito. Ele ficou Puto mesmo. Não só pela morena, mas também pelos amigos que riam como se ele tivesse acabado de levar uma torta na cara ao estilo trapalhões.

Mas como há um ditado que diz “dinheiro, chama dinheiro”, há outro que diz: "Mulher chama mulher". Machista eu sei, mas real. Não demorou muito até que uma loirinha lhe desse alguns sinais para que ele avançasse. Não era a morena, mas valia a pena investir, aliás, ô, se valia. Partiu com tudo. E a morena? Não quis mais vê-la, mesmo sem saber se o Beto era um antigo namorado ou apenas um grande amigo, mas para ele era tão decepcionante como ver um outro time jogar a final que não fosse o Grêmio. Porém de burro ele não tinha nada, o telefone da morena já estava na memória de seu celular. Quem sabe na próxima festa?

Não estávamos preparados para a Libertadores, mas foi acontecendo. Vendo o jogo de quarta, ficou claro que o que aconteceu foi um acidente e poderíamos ter ganho. É claro que temos problemas e precisamos corrigi-los, mas já existem bastante blogs na Internet dedicados a protestos e reclamações em geral. Não discordo deles, apenas fiz uma promessa quando assumi este espaço. Nunca falar mal do Grêmio enquanto eu achar que todos os esforços estão sendo feitos dentro de nossa situação financeira, que não é boa. Deixem este espaço para os loucos como eu, que, ano passado antes da primeira partida no Brasileirão acreditavam no título.

P.S’s.:

1-O amigo que ria do fora chegou em duas, mas não levou.

2- Também prometi que não veria o jogo, mas, quem mandou o Schiavi embora?

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Nomes que vão, nomes que vêm. Quem os têm?

Por Ricardo Lacerda

Segunda-feira, 19h. Daqui a pouco, me mando pro show do Jorge Drexler. Jorge Drexler lembra Uruguai e Uruguai lembra Orteman, "o craque que não deu certo". O louco chegou no Olímpico com a pompa de ter sido o melhor jogador da Libertadores 2002 pelo Olímpia. Orteman, aquele meio-campista de qualidade indiscutível e chutaços de longa distância, foi um jogador decisivo pros paraguaios naquela semifinal contra o Grêmio, que foi pros pênaltis. Defendendo as traves do Olímpia, Tavarelli, paraguaio que veio pra cá cheio da pose e que também não emplacou.

Falando em castelhanos, lembrei do co-irmão. Rememoro o dia em que li "Inter contrata Guiñazu" – ou algo assim. Olhei aquela cara feia e pensei: "Fudeu, esse filho da puta vai jogar muita bola no Inter". Maldita boca. Praga à parte, o fato é que estes movimentos de contratação são muito comuns no futebol: trazer alguém que jogou muita bola quando enfrentou meu time. Guiñazu era do Libertad que quase complicou o Inter em 2006. É inteligente ir atrás de quem já mostrou serviço. Errado é contratar quem jogou muita bola meia década atrás e querer que o futebol continue idêntico. Aí, o risco de não dar certo se maximiza.

Falando em maximizar, lembrei de Maxi Lopez. Está errado quem pensa que Maxi nunca jogou contra o Grêmio. Apesar de ter ido parar no futebol europeu com menos de 20 anos, vocês fazem ideia contra quem nosso centroavante estreou no futebol profissional? Isso mesmo: Grêmio! Na Wikipedia, consta que La Barbie entrou em campo como profissional aos 17 anos, dia 22 de julho de 2001, vestindo a camisa 7 do River Plate em jogo válido pela Copa Mercosul. Levou um 4 a 2 do Tricolor gaúcho.

Agora vamos ao compatriota de Maxi. Herrera deu certo até por ali no Grêmio. Raçudo e peleador, porém limitado. Evoluiu bastante no Corinthians, fazendo gols, guerreando. Mas não é aquele craaaque de bola. É bom tê-lo no grupo, mas ainda acho que precisamos dum senhor atacante para fazer dupla com Maxi. Não é um atacante senhor, eu disse um senhor atacante. Ou então, que Herrera trate de ser menos afoito. Não, amigos, não estou louco. Eu vi o jogo domingo. Vi os gols dele e tudo mais. Gosto do cara, mas ficaria mais feliz tendo um atacante servidor para nosso 16. Lembro Paulo Nunes, Fabiano Cachaça, Paulo Rink... os caras que vinham das pontas como foguetes e gritavam para Jardel, Christian e Oséas: "Toma, tá com mu-mu!". Seria Herrera um desses!? Improvável, mas vamos lá, merece um crédito.

Confesso que botava fé em Alex Mineiro. Botei fé até quando ninguém mais acreditou. Me quebrei e acordei. O Caju do Grêmio parece uma viúva sem o Kléber – esse sim, come a bola de tanto que joga. Falam em trocar Alex Mineiro por Fabiano Eller. Uma boa, já que também falam na saída de Réver. Eller jogou no colorado. E daí!? Adílson Batista, pra quem não sabe, antes de vir pro Grêmio também jogou no Inter. Essas coisas de amor clubístico só valem pra nós, torcedores.

Enfim, nome aqui, nome ali, já começamos a especular. De fato, algo novo poderá acontecer a partir da reunião que acontece entre Comissão Técnica e Diretoria de Futebol nesta terça. Novos nomes sugeridos, velhos nomes esquecidos, alguns nomes riscados. O Brasileirão ainda está no começo, mas nem tão começo assim. Já vimos que ajustar a engrenagem e fazer com que ela fique azeitada do meio pro fim da competição não leva nem a Libertadores. O co-irmão que o diga. Se Autuori vai pedir gente nova, hoje é o dia. E pelamordedeus, não me venham com lenga lengas de novelas como as que passamos com Renato e Rafael Carioca, que "quase vieram", mas não vieram.

Por fim, em minha modesta e humilde opinião, Tcheco tem que ir pro Showbol. Digo isso há tempo, e costumo levar porrada dos cumpanhêro. Nosso capitão ama o Grêmio, bla, bla, bla... Eu também amo, e trocaria meu salário de jornalista (que não é pago pelo FinalSports, que fique bem claro) por uma vaguinha no meio campo do Imortal. Tcheco ama cartões amarelos, quando não os vermelhos. É lento e resume-se a cobrar faltas e escanteios. É inteligente, reconheço, mas se fosse por isso os gênios da física seriam jogadores de futebol. Dá bem mais dinheiro. Mas como em tudo há sempre um "mas"... com a saída de Tcheco, quem assume?

Encafifado e pensando em trocentos nomes, ao show do Drexler me voy.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Sem desculpas.

Por Silvio Pilau


Desde o início do ano, dirigentes, comissão técnica e jogadores gremistas utilizaram a Libertadores como escudo. A cada insucesso da equipe – tanto no regional quanto neste início de campeonato brasileiro –, o torneio continental era usado como desculpa. “Nosso foco é a Libertadores”, diziam. “Enquanto estivermos bem na Libertadores, o resto não importa”, comentavam.

De certa forma, estavam certos. Os próprios torcedores compactuavam com esse pensamento. Ninguém, em são consciência, trocaria um Gauchão por uma Libertadores. Agora, porém, a história é outra. O sonho do tri da América foi rasgado por Kléber e companhia. Mesmo que a equipe tenha se dedicado – e o fez –, o futebol de mais talento do clube celeste acabou fazendo a diferença. A nós, gremistas, resta apenas a competição nacional para salvar o ano.

Foi-se a Libertadores, vai-se o escudo. A partir de agora, acabam-se as desculpas. O foco é o Brasileiro e apenas ele. Qualquer derrota, qualquer má atuação, não mais poderá ser encoberta com o papo de prioridades. A falta de concentração em uma partida do torneio nacional será imperdoável. Nós, torcedores, estamos com um grito de campeão engasgado na garganta há algum tempo e já está na hora de sermos retribuídos por todo o apoio.

Claro que o título deste ano é difícil. Mas não é impossível. Como gremistas, não podemos nos contentar com pouco. Não podemos pensar que uma vaga na Libertadores está de bom tamanho. É nossa obrigação lutar para sermos campeões. Se brigarmos pelo título, a passagem para a Libertadores virá ao natural. Se jogarmos apenas por essa vaga, corremos o risco de perdê-la.

Ontem, na vitória sobre o Atlético Paranaense, teve início um novo ano para o Grêmio. Um ano sem mentiras e subterfúgios, com foco único e exclusivo no Brasileirão. Será longo e difícil, mas tenho certeza de que pode trazer alegrias ao torcedor.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Falta gremista no Grêmio.

Por Felipe Sandrin


Não estou a fim de escrever muito, mas vou tentar ser o máximo direto ao torcedor.

Primeiro, quero citar o Sr. Koff, dignífico cartola que esteve a apoiar nosso atual presidente Duda nas eleições. Lembro-me muito bem de suas abordagens prometendo a América aos gremistas, lembro-me muito bem de vê-lo empenhado em criar a esperança de que realmente ele estivesse voltando ao Grêmio... mas me digam vocês: ele voltou mesmo ou só apareceu na campanha?

Paulo Odone assumiu o Grêmio rebaixado, encarou de frente e, com sua política de poucos investimentos, conseguiu reacender a torcida, botar-nos numa final de Libertadores e me orgulhar mesmo diante derrotas. Estranhamente, este sentimento de orgulho hoje não é o mesmo, derrotas se tornaram apenas derrotas doloridas e já previsíveis.

Queria falar isso faz tempo, queria perguntar, questionar há muito tempo; não o fiz porque eu acredito no apoio incondicional ao time, mas agora, eliminados e acordando da ilusão, eu quero saber onde está o homem das promessas? Onde está aquele que se mostrava dedicado ao Grêmio? Onde está Koff, o dirigente mais vitorioso de nossa história? Será que ele irá ao menos protestar pelo pênalti claro não assinalado nesta quinta-feira, quando o jogo ainda estava a 0 a 0?

Talvez, se o Inter tivesse vencido o título na quarta-feira, acordássemos para as necessidades do Grêmio, talvez voltássemos a nos questionar sobre como o clube mais vencedor da década de 90 se tornou isso, se tornou o clube que não ganhou praticamente nada nesta década.

Vou dizer-lhes, amigos gremistas, que nossa falha foi somente o apoio incondicional sem cobrança extracampo, foi termos fechado os olhos para casos como da ISL, foi termos deixado Obinos - dirigentes que ainda dominam o Conselho- à vontade depois de tudo que fizeram contra nós, gremistas de verdade, que apenas pagam mensalidades, compram materiais e dedicam tempo e dinheiro ao clube.

Como o maior clube da década de 90 se desmembrou desta forma? Simples, nosso Grêmio virou em boa parte uma máquina de fazer dinheiro para quem dele quiser beneficiar-se.

Amanhã, na rádio, alguns irão encher a boca para falar da derrota, serão os mesmos que roubaram de bons apoiadores que ajudavam o Grêmio e faziam verdadeiros investimentos: pobre Jorge Gerdau, que acreditou em quem discursava bonitinho.

Tem muita coisa errada no Grêmio, e admito minha falha como torcedor: Porque apoiar incondicionalmente o time é uma coisa, mas não se opor a administrações suspeitas e composta por homens que em algum momento deixaram de ser gremistas para serem somente capitalistas, isso é algo que não podíamos ter deixado acontecer.

A década está praticamente acabando, e eu pergunto a vocês: o que ganhamos?

Fico constrangido em ter que agradecer ao Inter por não ter ganho o título: foi, nos últimos anos, um dos dias mais felizes da minha vida.

Triste, porém real: falta gremista no Grêmio, gente que freqüente as arquibancadas e pule com nossas canções.

Falta gremista no Grêmio.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Testemunhas da História.

Por Silvio Pilau


Há dois anos, mais ou menos por essa mesma época, aconteceu algo semelhante o ao que ocorreu nos últimos dias no Olímpico. Naquela vez, a torcida gremista lotou as bilheterias do estádio para conseguir um lugar na final da Libertadores contra o Boca Juniors. Lembro de um torcedor em particular. Quando perguntado sobre se achava possível a virada contra a equipe argentina, ele respondeu: "Talvez seja, talvez não seja. Mas se o Grêmio for campeão e eu não estiver no Olímpico, vou me culpar a vida inteira.

"Esse gremista compreendeu algo que nem todo mundo compreende em partidas únicas como aquela contra o Boca. Ele entendeu que aquele jogo tinha todas as possibilidades de ser muito maior do que uma mera partida de futebol. Aquela não era somente uma disputa de um esporte inventado na Inglaterra; eram noventa minutos capazes de definir uma vida. Uma virada como a que a torcida acreditava poderia colocar aqueles jogadores e aquele momento na eternidade. O que o torcedor em questão compreendeu foi que ele poderia ter sido testemunha ocular da história.

Nesta quinta, a história se repete. Verdade que ainda não é a final. Ainda. Mas a partida de contra o Cruzeiro mobilizou a torcida tricolor de uma forma como não se via há pelo menos dois anos. Por tudo o que foi dito, por tudo o que aconteceu em Minas, por tudo o que ela vale, a batalha que ocorrerá na Azenha traz os ares de um momento histórico. Esta tem tudo para ser uma partida inesquecível como foram aquelas contra Peñarol, Estudiantes, Palmeiras, Portuguesa e a apoteótica Batalha dos Aflitos.

Felizmente, todo mundo parece compreender isso. Torcida e jogadores entendem a importância desse momento. Sabem que esta é uma chance rara de se tornar etéreo. Claro que a torcida não precisa de qualquer motivação. A nação de apaixonados pelo Tricolor estará lá como sempre, jogando ao lado do time e cantando. Um canto incessante e incansável, por ser originado não das cordas vocais, mas no próprio coração. Um apoio que surge, sempre, nos exatos instantes em que o time precisa.

O mesmo vale para os jogadores. Pelas entrevistas, e até mesmo pela postura na partida contra o Mineirão, pode-se ver que eles sabem o que a partida significa para suas carreiras. Para suas vidas. Sabem que essa pode ser a chance de deixarem de ser jogadores de futebol para se tornarem heróis. Um desempenho honrado em uma partida como essa é a passagem para se tornar imortal em trapos e cânticos por muitos e muitos anos. É o teste definitivo para virar personagem de histórias que serão contadas daqui a décadas por avôs aos seus netos.

Na noite desta quinta, um capítulo da história será escrito em noventa minutos. O Grêmio, mais uma vez, será o protagonista. E nós, testemunhas.